Mulheres artistas
Arte e luta: grafiteira manauara transforma mulheres em sereias
Deborah Erê escolheu a figura da mitologia grega para revelar a força de cada mulher. Na entrevista para WEB TV EM TEMPO ela conta os desafios e preconceitos da experiência
Manaus - Em entrevista ao programa Cultura Em Tempo, apresentado ela jornalista Beatriz Silveira, a grafiteira amazonense Deborah Erê comentou aspectos da produção artística feminina local e o trabalho autoral que vem desenvolvendo.
Deborah é natural de São Paulo, mas é nas ruas de Manaus que sua arte ecoa. Ela iniciou sua carreira no ramo em 2012, produzindo pixos que externavam seus ideais e opiniões. Posteriormente, se dedicou a um curso de artes, voltado para o desenho e foi a partir daí que começou a produzir seus grafites pelas ruas da cidade.
Ocupar espaços
Para a grafiteira, a apropriação desse espaço de produção artística, majoritariamente ocupado por homens, é a maneira que ela consegue bater de frente com os estigmas sociais femininos impostos, como de que lugar de mulher é em casa.
No entanto, o enfrentamento que devia ser uma experiência de libertação, por vezes representa perigo e preconceito, Deborah afirma que ainda é alvo de comentários machistas e passa por situações tensas envolvendo assédio nas ruas enquanto produz suas obras.
Apesar de todos os obstáculos, a artista revela que a atuação feminina dentro do grafite tem crescido ao longo do tempo e isso possibilita que mulheres compartilhem experiências e se fortaleçam dentro da arte, construindo um movimento de resistência.

Suas obras
As obras de Erê são conhecidas por retratarem figuras de sereias fora dos padrões de beleza. A artista revela que a escolha da figura mitológica se deu pelo significado de força e poder que ela representa.
“Essa representatividade proporciona que muitas meninas e mulheres percebam que não há ‘o corpo perfeito’ e que cada uma é linda e especial do seu jeito”, diz.
Quer saber mais sobre as obras de Deborah Erê? Confira a entrevista na íntegra:
*Colaborou WEB TV Em Tempo/ Beatriz Silveira