Estudo
Cardiopatas não precisam parar tratamento se pegarem Covid, diz estudo
O estudo aponta que cardíacos e hipertensos devem continuar o tratamento da doença, mesmo se for contaminado com o vírus da Covid-19

O estudo desenvolvido pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e pelo "Brazilian Clinical Research Institute" (BCRI), aponta que não há indicação para que cardiopatas interrompam seus tratamentos se forem infectadas pelo novo Coronavírus.
O estudo aponta que suspender tratamentos com inibidores da enzima de conversão da angiotensina (iECAs) e bloqueadores de receptor de angiotensina (BRAs), não traz impactos para a evolução dos quadros de covid-19. Esses medicamentos costumam ser usados por hipertensos e pacientes cardiopatas.
Desde o início da pandemia, entidades médicas têm manifestado preocupação com a evolução da Covid-19 em pacientes cardiopatas. Havia o receio de que o uso desses medicamentos pudesse agravar o quadro da doença. Os resultados da pesquisa, porém, não validaram essa hipótese.
O médico e professor da Unifesp e da Universidade Duke, do estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, Renato Lopes, destaca que não há benefícios em parar o uso dos medicamentos.
"Mostramos que não há benefícios. O estudo dá uma resposta definitiva para uma atitude que muitos médicos adotaram no início da pandemia, quando suspendiam o uso desses remédios com medo de que eles pudessem piorar a Covid-19", disse.
Sobre o estudo
Foram comparados dois grupos de pacientes. Em um deles, o uso dos medicamentos foi suspenso por 30 dias. No outro grupo, os tratamentos seguiram normalmente.
Não foram observadas diferenças relevantes entre a estratégia de parar o remédio ou continuar o seu uso. Diante das conclusões, Lopes orienta que hipertensos e pacientes com outras cardiopatias não suspendam a medicação.
"Esses remédios protegem o coração e reduzem o risco de infarto, AVC e trombose. Segundo constatamos, podem ser continuados mesmo na presença do covid-19."
O trabalho foi feito ao longo de cinco meses e apresentado há duas semanas no Congresso Europeu de Cardiologia.
*Via Agência Brasil
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