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Jovens amazônidas reivindicam políticas públicas e orçamento no Pará

Coalizão acredita que ao concentrar esforços e recursos específicos para essa faixa etária

Para falar à sociedade sobre a importância das políticas públicas voltadas à população de 15 a 29 anos, que no Pará soma mais de 2 milhões de habitantes (IBGE, 2022), uma coalizão formada por redes de jovens mobiliza assinaturas para a “Carta de organizações da sociedade civil da Amazônia em prol da criação da Secretaria de Juventudes do Pará”, aberta para adesão do público, individualmente, e de organizações. O documento foi lançado,no dia 30 de março, no Dia Mundial da Juventude.

O manifesto, endereçado ao governador do Pará, Helder Barbalho, integra a campanha “Queremos já! Secretaria de Juventudes do Pará”, e argumenta pela criação da pasta para formular e implementar políticas públicas voltadas para os jovens no estado. A coalizão acredita que ao concentrar esforços e recursos específicos para essa faixa etária, a secretaria poderá identificar as necessidades dos jovens, desde questões educacionais e de emprego até saúde mental, inclusão social e combate à crise climática.

As propostas da rede para as políticas públicas no estado estão descritas na “Agenda de Políticas Públicas, Projetos e Programas para juventudes do Pará: A construção que queremos”, um documento-guia para gestores públicos, tomadores de decisão, organizações e juventudes com prioridades, princípios e diretrizes para a criação e implementação de políticas eficazes para as juventudes amazônicas do estado do Pará. Construída coletivamente, a agenda ouviu mais de 40 jovens, representantes de 33 organizações, em busca de materializar mudanças efetivas para a garantia de direitos nos territórios paraenses.

Orçamento

Mesmo sendo ¼ da população, existe apenas uma gerência dentro da Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (SEIRDH-PA), com orçamento para 2024 de apenas R$ 20 mil – o que corresponde a quase R$ 0,01 por jovem no estado. De acordo com Karla Braga, diretora de projetos do Instituto Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável (Cojovem), a criação de uma Secretaria de Juventudes no Pará é uma forma efetiva para destinar orçamento às políticas públicas para os jovens.

“O Pará vai sediar a COP 30, a gente precisa deixar um legado para a floresta, mas também para quem sustenta essa floresta em pé. Entre essas pessoas estão as juventudes, que vão sustentar o amanhã e mais sofrer com as consequências das mudanças climáticas. Por isso é muito importante a gente ter uma secretaria que possa pensar de forma sensível as juventudes, de juventude para juventude, e ter um orçamento destinado a isso”, afirma Karla.

A campanha em prol da criação de uma Secretaria para as juventudes pretende mobilizar também o poder público sobre a necessidade de se ampliar os recursos para o andamento de programas destinados aos jovens. O geógrafo e pesquisador Pedro Mota, da Cojovem, afirma que a pesquisa “Fala, Juventudes do Pará” aponta que mais de 60% dos jovens no estado passam por situação de vulnerabilidade social, econômica e ambiental.

“Isso perpassa pela empregabilidade, precarização dos estudos, violência urbana e no campo, onde são mais atingidos. A gente se pergunta, e nós não somos cidadãos? Não fazemos parte desse estado? Que Amazônia do futuro vamos assegurar sem as juventudes, que vão viver as consequências das mudanças climáticas por mais tempo?”, questiona o pesquisador.

*Com informações da assessoria

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