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Atos Antidemocráticos

‘Patriota Clezão’: Vereador de Manaus pede minuto de silêncio pela morte de preso nos atos de 8/1 

"Clezão" fez parte do grupo que invadiu o Congresso Nacional durante os ataques e depredou imóveis públicos

Manaus (AM) – O vereador de Manaus, Raiff Matos (DC), solicitou um minuto de silêncio, na abertura do Grande Expediente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta terça-feira (21), em solidariedade pela morte de Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como “Patriota Clezão”, após mal súbito durante banho de Sol no Complexo da Papuda, em Brasília (DF).

“É uma morte trágica que poderia ter sido evitada. Ele foi atendido 36 vezes dentro da penitenciária e têm laudos médicos atestando sua condição de vulnerabilidade. A Associação dos Presos indica que outros estão nessa situação. Não podemos aceitar esse tipo de violência do Judiciário”,

afirmou o vereador.

O vereador acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de prender ilegalmente o “Patriota Clezão”, mesmo que o suspeito tenha sido preso por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro. Em nota, Raiff afirmou que a com a manutenção da prisão de Cleriston Pereira da Cunha , “o STF inaugurou a pena de morte no país de forma sumária.”

Raiff declarou que a prisão dos brasileiros nos atos do dia 8 de janeiro, “não obedeceu ao rito da Justiça, que prevê o pleno direito ao contraditório. Ela foi feita de forma nebulosa e desproporcional.

Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, “Clezão” fez parte do grupo que invadiu o Congresso Nacional durante os ataques, quebrou vidraças, espelhos, móveis, lixeiras, computadores, obras de artes, câmeras de seguranças.

Além disso, de acordo com o Ministério Público, ele queimou o salão verde da Câmara com uma substância inflamável e destruiu uma viatura. A conduta foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF, ao receber a denúncia.

Durante o julgamento da denúncia, em abril, o advogado Bruno Azevedo de Souza, defensor de Cunha, negou as acusações e afirmou que o acusado estava no local fazendo uma manifestação pacífica, sem depredar nenhum patrimônio público.

Morte

Cleriston da Cunha, 46 anos, passou mal por volta das 10h, na segunda-feira (20), no pátio do bloco de recolhimento do presídio. Ele foi atendido por equipes do Samu e do Corpo de Bombeiros e morreu às 10h58.

Cunha se tornou réu por sete crimes, incluindo associação criminosa armada, golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado. Ele ainda não havia sido julgado pelo plenário do Supremo.

O homem ainda teria percorrido diversas áreas do Congresso Nacional, incluindo as galerias, os salões principais da Câmara e do Senado e as cúpulas, na parte externa, junto com o grupo de invasores. Assim com outros acusados, a defesa dele contestava o fato de os crimes terem sido imputados coletivamente, e não individualmente, pelo Supremo.

Confira nota do vereador

A Justiça brasileira garante a presunção da inocência até o trânsito em julgado da sentença penal. Mas a prisão desses brasileiros não obedeceu ao rito da Justiça, que prevê o pleno direito ao contraditório. Ela foi feita de forma nebulosa e desproporcional.

Além disso, o cidadão brasileiro Cleriston Pereira era portador de diversas doenças com laudos atestando a vulnerabilidade de sua saúde. Em setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia concordado com um pedido de liberdade apresentado pela defesa dele.

Ele foi atendido 36 vezes dentro da penitenciária. A manutenção na prisão foi uma sentença de morte para este brasilerio detentor de todos os direitos garantidos na Constituição brasileira. Com a manutenção de sua prisão, o STF inaugurou a pena de morte no país de forma sumária.

Por tudo isso, considero pertinente o minuto de silêncio em solidariedade à família desse brasileiro que teve sua vida ceifada neste país da impunidade seletiva. O minuto de silêncio não representa uma homenagem. Ele representa um luto por essa tragédia da Justiça brasileira. Principalmente quando sabemos que outras pessoas continuam como presos políticos no país, incluindo idosos com condição precária de saúde.

Saiba quem era ‘Patriota Clezão’

“Patriota Clezão” se tornou réu por sete crimes Foto: Divulgação

O preso é irmão do vereador Cristiano do Ramalho (PSD), do município de Feira da Mata, oeste da Bahia. Conhecido como “Clezão do Ramalho”, Cleriston morava no Distrito Federal há mais de 20 anos e fazia uso de medicação controlada porque sofria de diabetes e hipertensão.

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