Manifestação
Servidores da saúde protestam por reajuste e param Constantino Nery
A categoria ameaça parar as atividades caso o Governo não ofereça um reajuste digno aos profissionais
Manaus - Com cartazes, apitos e buzinas, servidores da Saúde do Amazonas interditaram, na manhã desta quinta-feira (12), os dois sentidos da avenida Constantino Nery, no trecho do cruzamento com a avenida Pedro Teixeira, na Zona Centro-Sul de Manaus. Os trabalhadores cobram o reajuste salarial de 26%.
O ato foi organizado pelo Movimento Organizado dos Trabalhadores da Saúde do Amazonas (Mots-AM) que, junto com outros sindicatos, estava em uma reunião com representantes do governo para analisar as propostas feitas por ambos os lados.
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Participam do ato enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, agentes de vigilância sanitária e vários outros servidores concursados. Além de Manaus, servidores da saúde de Autazes, Boa vista do Ramos, Parintins, Urucurituba e Maraã também realizaram manifestações.
De acordo com um dos integrantes do Mots-AM e técnico de laboratório Reginaldo Nascimento, se não houver diálogo entre o governo e os representantes da categoria para conceder um reajuste digno aos profissionais, as atividades da saúde serão paralisadas.

“O estado acredita que a saúde não tem força para se mobilizar, mas, dependendo do que o governador fizer, nós vamos radicalizar e paralisar”, afirma.
Outro ponto solicitado é a isonomia de valores entre o vale refeição de servidores da saúde e os policiais militares. “Atualmente recebemos R$ 220 e a proposta era aumentar para R$ 320, mas não aceitamos e queremos isonomia com o valor oferecido aos policiais militares”, disse o técnico de laboratório.
Quanto ao reajuste, a categoria pede o percentual de 26% para equilibrar os salários com as outras classes reajustadas.
Ainda de acordo com outra manifestante, a terceirização de cargos na saúde prejudica a categoria, pois serve como pano de fundo para que o governo possa lavar dinheiro. “A lavagem de dinheiro, a desvalorização profissional, tudo isso acontece por conta da terceirização”, disse ela e afirmou que “enquanto o governo contrata terceirizados os que passaram no processo seletivo de 2014 aguardam para serem chamados”.

Adriano Jorge
Além da manifestação na Avenida Constantino Nery, houve também um protesto em frente a Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), localizado na avenida Carvalho Leal, bairro Cachoeirinha, Zona Sul de Manaus. O movimento foi coordenado por enfermeiros e outros profissionais do local para pedir, também, pelo reajuste para a categoria.
Segundo uma servidora, que não quis se identificar, o caos em que atualmente se encontra a saúde do Estado tem relação ao descaso e a desvalorização dos profissionais da saúde por parte do governo. “É um absurdo isso. Trabalhamos para ganhar menos que um salário mínimo”, afirmou.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam) para saber a respeito das negociações, mas não recebeu resposta até o fechamento da reportagem.
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