Atitude
Amor ao próximo: voluntários contam histórias em abrigos de Manaus
Reportagem do EM TEMPO traz a realidade de pessoas que cuidam de crianças, adolescentes ou idosos em situação de vulnerabilidade em alguns abrigos da capital
Manaus - Um amor que se desdobra. Foi o que moveu a universitária Juliana Lira, de 19 anos, e sua mãe, Rakelly Weruska, a se tornarem voluntárias no Núcleo de Assistência à Criança e à Família em Situação de Risco (Nacer), instituição voltada para o amparo de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
A participação voluntária das duas começou há pouco mais de duas semanas, quando viram, nas redes sociais, que o abrigo estava à procura de pessoas que dessem colo aos seis bebês que hoje vivem no berçário. Para a universitária, saber que está ajudando as crianças é compensatório.
“Está sendo ótimo vir aqui. Saber que estamos dando carinho, colo e atenção a quem precisa”, diz. A mãe, Rakelly, que participa das atividades do abrigo todas as quartas e quintas com a filha, acredita que a experiência pode trazer lições para a jovem.

“As crianças aqui são extremamente carinhosas. Para mim, é importante ajudar. Acredito que seja um aprendizado para mim e para a minha filha, que vai entender a importância de ajudar o próximo”, explica.
O local possui, atualmente, 23 menores de idade assistidos pelo abrigo. Além dos bebês, os voluntários interagem com crianças e adolescentes com idade máxima de 15 anos encaminhadas pela Vara da Infância Juventude ou Conselho Tutelar após sofrerem maus tratos, negligência ou abusos.
Lá, a criança é acolhida e passa a receber atendimento psicossocial e pedagógico. Após a campanha, o número de voluntários da casa chegou a 60. Divididos em turnos, eles se revezam entre os cuidados do berçário e as outras crianças. Além deles, o abrigo conta com 28 funcionários, sendo 14 cuidadoras.

Para o diretor do NACER, Cleslley Rodrigues, o trabalho dos voluntários é de extrema importância para o fortalecimento de vínculos com as crianças. “A chamada, inicialmente, era para ajudar com os bebês. Tivemos um boom de adesão. No entanto, essa ajuda se estende para a casa inteira, todas as crianças, que também demandam muito amor e carinho”, diz.
O sentimento de Juliana e Rakelly se junta ao de tantos outros que dedicam uma parte do seu tempo a cuidar do próximo. Fundada há 39 anos, a Casa do Idoso São Vicente de Paulo trabalha com o acolhimento de idosos a partir dos 60 anos. Pertencente à Sociedade São Vicente de Paulo, a entidade possui 27 residentes.
O trabalho voluntário é feito pelos próprios vicentinos, como são chamados os membros da comunidade São Vicente de Paulo, além daqueles que se dispõem a visitar os idosos e auxiliar nas atividades do abrigo. Além deles, a casa conta com 33 funcionários, entre psicólogos e dentre outros.

O presidente da Casa, João Romão, afirma que o principal desafio para os vicentinos e os voluntários é fazer com que se sintam em casa, e não em um asilo. “Realizamos muitas atividades externas, como visitas a museus e passeio na Ponta Negra. Fazemos o possível para que se sintam em casa. Muitos idosos vêm para cá porque a família não pode ou não quer mais cuidar e eles sentem falta. Temos que passar carinho para eles agindo como uma família”, explica.
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