Pesquisa de prioridades
Brasileiro se preocupa com educação e emprego em 2020, diz pesquisa
As prioridades da população são a geração de emprego e renda, como também a melhoria na qualidade da educação

Manaus - Uma pesquisa divulgada nesta semana aponta que os brasileiros estão mais preocupados com a geração de emprego e a educação no ano de 2020. Outra informação coletada na pesquisa é o otimismo de quem mora nas regiões Norte e Centro-Oeste do país. Cerca de 49% dos brasileiros acreditam que este ano será melhor economicamente.
A pesquisa denominada "Retratos da Sociedade Brasileira – Principais Problemas do País e Prioridades para 2020" foi feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e traz informações importantes do comportamento do brasileiro diante das principais questões no Brasil. Na pesquisa foram ouvidas duas mil pessoas em 127 municípios entre os dias 5 e 8 de dezembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Os brasileiros finalizaram 2019 declarando que a situação econômica do país estava regular. Cerca de 47% acreditavam que o país não apenas não se recuperou da crise econômica, mas que ela continua piorando. Entre os principais problemas estão o desemprego e a saúde.
A pesquisa afirma que, para os brasileiros, a segurança, o combate à corrupção e o desemprego formam as categorias que mais melhoraram em 2019. Na lista dos mais escolhidos, no topo está a segurança pública e no fim está a diminuição dos juros elevados.

Em 2018, as questões de saúde eram prioridades. Um ano depois, o desemprego liderou o ranking das preocupações. Em último lugar está a falta de justiça no Brasil. A contadora Ana Maria Souza ressalta a preocupação com a segurança. Para ela, a prioridade é fazer com que os cidadãos se sintam seguros nas suas atividades do dia a dia, como por exemplo, andar nas ruas.
"A minha maior preocupação hoje e no futuro é com a segurança. As pessoas não respeitam mais o próximo, tirar a vida de alguém é mais fácil. Temos receio com a segurança dos nossos filhos, o pavor de andar na rua e usar o transporte coletivo. Na minha opinião, a segurança é essencial", declarou a contadora.
Prioridades para o Brasil em 2020
A pesquisa afirma o otimismo para este ano. Cerca de 49% acreditam que a situação econômica do país vai melhorar ou vai melhorar muito em 2020, enquanto 24% avaliam que ela vai piorar ou piorar muito. Embora o número seja positivo, é menor que o constatado em dezembro de 2018.
Os brasileiros assinalaram quais devem ser as prioridades do governo. A primeira é a melhor qualidade da educação, em segundo a promoção de emprego e renda, em terceiro lugar está o combate a corrupção e, em seguida, melhorar os serviços da saúde. Em último lugar está o combate à violência e criminalidade.
Os especialistas envolvidos no relatório afirmam que a mudança de governo impactou diretamente na avaliação dos brasileiros. O professor Leandro Moraes destaca que a educação e o cuidado com a saúde do país deve ser prioridade do governo. Ele aponta a melhora na economia e redução do desemprego.

"Eu sempre estou otimista, mesmo diante das condições. Por outro lado, percebe-se que deu uma melhorada. Os dados e as notícias verídicas estão aí para todos. O país deu uma melhorada com relação ao emprego e economia, inclusive, eu sou prova disso. Esperava começar a trabalhar em 2020 e no final de 2019, eu consegui uma colocação no mercado de trabalho. A saúde ainda precisa de atenção, vejo que não melhorou. Outra coisa que precisa ser priorizada é a educação porque tudo começa na educação. Precisamos ter uma base educacional sólida, pois muita coisa pode melhorar, por causa dela", afirma.
O fotógrafo Erivan Rebouças também destaca a importância da educação como prioridade no país.

"Minha preocupação com o Brasil, hoje, tem sido com o reflexo da educação vivida por muitos anos, através de métodos aplicados por um teórico político e ideológico, conhecido como 'patrono da educação nacional', que não trouxe nenhuma redução das taxas de analfabetismo. O Brasil ficou entre os piores, relacionado à educação de qualidade. Tenho esperança em uma pátria educadora, sem políticas ideológicas pregadas nas escolas e nas universidades públicas do nosso país. Estou muito otimista com o ano de 2020. Minhas expectativas são de muito trabalho", declarou Erivan.
Otimistas e pessimistas
As regiões Norte e Centro-Oeste são as que mais acreditam na mudança no Brasil. A região Sul segue em disparada em otimismo, de acordo com dados da pesquisa. O Nordeste é a região menos otimista, onde apenas 43% tem expectativa positiva para a economia este ano. O número pode estar ligado à família com baixa renda familiar.
O relatório acrescenta que 59% avaliam que o país não se recuperou da crise e a situação continua piorando, estes estão entre os que possuem renda familiar mensal de até um salário mínimo. Os entrevistados cuja a renda familiar é superior a cinco salários mínimos, apenas 33% acreditam que, percentual que a situação econômica do Brasil não mudou.

Entre os brasileiros pesquisados, os homens estão mais otimistas que as mulheres. A situação econômica é melhor avaliada em 55% pelo sexo masculino contra 44% dos entrevistados do sexo feminino. Em contrapartida, o desemprego é o problema mais mencionado, tanto por homens como por mulheres. No entanto, a opção as mulheres estão mais preocupadas com esse problema.
Embora haja otimismo, a economista Denise Kossama ressaltou que ainda não é o momento mais desejado para o país. Segundo a especialista, algumas políticas como a reforma trabalhista ainda não mostraram sua eficácia no aumento de empregos, além de aumentar as desigualdades sociais.

"Embora muitos considerem o indicador de 12,5 milhões de desempregados, o que é bastante alto, alguns (inclusive eu) incluem nessa conta os brasileiros em condição de desalentados, que são 4,7 milhões e os subocupados que são 10,2 (dados IBGE – 3º trimestre 2019). Ou seja, são 27,4 milhões de brasileiros em situação difícil. No ritmo que a expectativa de crescimento tem se apresentado, vai demorar bastante para essa conta fechar. O crescimento econômico é fundamental para o desenvolvimento da sociedade e melhoria na qualidade de vida da população", afirma a especialista.