Colapso da saúde
Pacientes passam 3h dentro de ambulâncias em busca de leitos em Manaus
A grande espera por atendimento deixam amazonenses preocupados, pois cada minuto é importante para quem está lutando pela vida


Manaus – O caos na saúde do Amazonas ganha repercussão nacional a cada dia. Um dos pontos de maior tensão está no transporte de pacientes com o novo Coronavírus e outras doenças. Com o sistema sobrecarregado, ambulâncias atendem atualmente cerca de 90 pacientes em um período de 24 horas.
As denúncias giram em torno na demora de atendimento de pacientes, a falta de informação e peregrinação entre os hospitais em busca de leitos, considerando o colapso atual na saúde pública do Amazonas. De acordo com a Associação Brasileira de Resgate e Salvamento, o tempo ideal para atendimento aos pacientes deve ser de no máximo de 10 minutos.
Antes da pandemia, segundo dados concedidos em 2019, o tempo de espera mínima era de 20 minutos em Manaus. O tempo é relevante quando o assunto é pacientes graves, que lutam pela vida.

O diretor geral do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Rauy Abrahim, informou que as ambulâncias chegam nos hospitais e precisam aguardar liberação de leitos para que pacientes sejam atendidos. "Está beirando o desespero. Somos praticamente obrigados a escolher para quem mandamos a ambulância”, disse em entrevista a um programa de rede nacional.
O momento é de esperas e incerteza. O Amazonas trabalha no limite. Pacientes da capital e do interior precisam de atendimento imediato e a situação deve piorar nos próximos meses, considerando a curva de transmissão do vírus no Estado.
Ambulâncias esperam
Sobre a espera de ambulâncias nas portas de hospitais, a Secretária Municipal de Saúde (Semsa) confirma e o período chega a ser de 2h a 3h com pacientes dentro das ambulâncias.
"Tem sido muito frequente ambulâncias com pacientes dentro sem ter unidade que os recebam. É comum ficar peregrinado de um lugar para outro a procura de uma unidade que receba o doente”, afirmou a assessoria.
Em outros casos, quando o paciente é aceito, a ambulância precisa ficar com o equipamento retido por medidas, para evitar a contaminação. Essa atitude impede a liberação do veículo e, consequentemente, ao atendimento de outras pessoas na capital.

Os números de atendimentos na rua e/ou de transferências está atualmente em torno de 160/24 horas. Antes da pandemia ficava em torno de 120/24h. A maioria dos atendimentos, atualmente, é de pacientes com Covid-19 ou suspeita. São atendidas em torno de 90 pessoas em 24 horas.
O número de ligações aumentou de 900 para 1.600 diariamente. Entretanto, a Secretaria salientou que o número de ocorrências de acidentes de trânsito, agressões, quedas, choques, entre as mais comuns, caíram durante esse período de pandemia.
Casos no Amazonas
O Amazonas registrou mais 409 casos de Covid-19, na terça-feira (28), totalizando 4.337 casos confirmados do novo coronavírus no estado, segundo boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). Também foram confirmados mais 31 óbitos pela doença, elevando para 351 o total de mortes.
O boletim aponta que 2.288 pessoas com diagnóstico de Covid-19 estão em isolamento social ou domiciliar. De ontem para hoje, mais 184 pessoas se recuperaram da doença e estão fora do período de transmissão do vírus, totalizando, agora, 1.456 recuperados.
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