Sentença
China condena jornalista a quatro anos de prisão por cobrir a pandemia
Natural de Xangai, Zhang Zhan viajou em fevereiro a Wuhan, cidade epicentro da pandemia, para fazer reportagens sobre os casos da doença e a situação dos hospitais

A jornalista chinesa Zhang Zhan foi condenada a quatro anos de prisão nesta segunda-feira (29), por cobrir a pandemia de covid-19 em Wuhan, e divulgar nas redes sociais a situação dos hospitais na cidade - epicentro da pandemia de coronavírus na China.
Os jornalistas e diplomatas estrangeiros que compareceram ao tribunal de Xangai em que a ex-advogada de 37 anos foi julgada foram impedidos de entrar na sala de audiências.
Alguns simpatizantes de Zhan foram afastados pelas forças de segurança. Zhang Zhan poderia ser condenada a até cinco anos de prisão.
De acordo com informações da agência France Presse, Zhang Zhan "parecia muito abatida quando a sentença foi anunciada", declarou um dos advogados, Ren Quanniu, que expressou "muita preocupação" com o estado psicológico da cliente.
Hospitais em Wuhan
Natural de Xangai, Zhang Zhan viajou em fevereiro a Wuhan – cidade que, na época, era o epicentro da epidemia –, e divulgou reportagens nas redes sociais, a maioria delas sobre a caótica situação nos hospitais.
De acordo com o balanço oficial, a metrópole de 11 milhões de habitantes registrou quase 4 mil mortes por Covid-19, ou seja, a maior parte dos 4.634 óbitos contabilizados em toda China entre janeiro e maio.
Críticas à China
A resposta inicial da China à epidemia foi muito criticada. Pequim só decretou a quarentena em Wuhan e sua região em 23 de janeiro, apesar da detecção de casos desde o início de dezembro de 2019.
Há praticamente um ano, em 31 de dezembro de 2019, o primeiro caso foi comunicado à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Porém, ao mesmo tempo, os médicos que mencionaram o surgimento de um misterioso vírus foram interrogados pela polícia e acusados de "propagar boatos".
Um deles, o médico Li Wenliang, morreu vítima da Covid-19 no início de fevereiro, o que provocou indignação nas redes sociais.
*Com informações do G1
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