Fãs
Sandy e Júnior, o fenômeno musical ‘imortal’
Os Irmãos conquistaram uma multidão de fãs, venderam aproximadamente 20 milhões de cópias, entre CDs e DVDs, e cantaram juntos por 17 anos
Manaus - Do início da carreira como dupla mirim até os últimos álbuns, Sandy e Júnior representam um fenômeno musical, conquistando público de todas as idades. Em 2007, o Brasil teve que superar a separação da dupla que deixou um vazio até hoje não preenchido, ainda que a turnê “Nossa História”, em 2019, tenha proporcionado uma viagem nostálgica. Fãs amazonenses relatam a comoção e a paixão desse “turu turu” no peito que foi comparado à “beatlemania”.
Os irmãos Sandy Leah e Júnior Lima despontaram no meio artístico após uma aparição no programa Som Brasil, em 1989, na época apresentado por Lima Duarte. Os cantores mirins interpretaram a música “Maria Chiquinha”. Foi o início de uma grande história de sucesso.
O single fez parte do LP de estreia da dupla, “Aniversário do Tatu”, que rendeu o primeiro disco de ouro com uma vendagem de mais de 230 mil cópias. Daí em diante, os irmãos acumularam hits de sucesso e se estabeleceram como ídolos adolescentes recordistas em vendas de discos no Brasil.

A comoção e o fanatismo que o duo despertava por onde passava foram comparados à “beatlemania”. De “Power Rangers” a “Imortal”, o setlist da dupla apresentava estilos diversificados, passando por sertanejo, rock, dance music, jovem guarda, e principalmente o pop, cantados por “fãsnáticos” de todas as idades. É o que confirma a amazonense Adelaide Lira que, com 64 anos, assume ser fã de carteirinha da dupla.
“Amo Sandy e Junior. Eles têm um coração humilde, e cativaram muitos jovens, foram influenciadores do bem, dando exemplo da educação que tiveram. E a minha paixão por eles passou de mãe para filha e de filha para neta”, revelou.

Além da carreira musical, inclusive com lançamento de CD internacional, Sandy e Júnior também fizeram participação em novela, filmes e apresentaram programa próprio.
Ao todo, os irmãos acumularam 17 álbuns, sendo doze de estúdio, quatro ao vivo e um de remixes, mais de 20 milhões de cópias, meio milhão de singles digitais e reuniram mais de 32 milhões de pessoas nos shows.
Após 17 anos como dupla, anunciaram a separação em 2007, e realizaram o último show na turnê Acústico MTV, no Credicard Hall, em São Paulo. “Deu essa vontade de ser único, individual, e aconteceu simultaneamente nos dois”, disse Sandy, em entrevista, na época.
O fenômeno acumulou sete estatuetas do Prêmio Multishow, Prêmio Tim de Música, Prêmio do Festival Internacional da Canção de Vinã del Mar e recebeu indicação ao Grammy Latino. Sandy foi considerada uma das 100 personalidades brasileiras mais influentes de 2013 pela Forbes Brasil.

“Nossa História”, em Manaus
Como esse “Turu Turu” é mesmo imortal, após um hiato de doze anos, a dupla reviveu, junto com fãs, em 2019, uma viagem no tempo, com uma turnê impecável e nostálgica.
Em Manaus, a Arena da Amazônia “tremeu” na noite de sexta-feira, dia 13 de setembro, ao som de “Vai ter que Rebolar”, “Dig-Dig-Joy”, “As Quatro Estações”, “A Lenda”, “Quando Você Passa (Turu Turu)”, “Love Never Fails”, “Inesquecível”,“Vamo Pulá” e outros hits.
A noite reuniu duas surpresas: a música “Encanto”, no setlist, tocada pela primeira vez na turnê durante o set acústico, e a homenagem dos fãs à dupla e à Amazônia, ao levantarem bolas verdes iluminadas, enquanto Junior interpretava o hit “Libertar”.
A amazonense Geórgia Araújo, 34 anos, que, desde criança acompanha a dupla, relata a experiência de assistir de perto ao show de Sandy e Júnior.
“Foi um desespero para comprar os ingressos. O show foi sensacional. Experiência incrível, única. Fiquei na frente. Vi de perto. Desde a hora da fila até o final do show, cantei, dancei, pulei e chorei”, narra emocionada.

Também conta sobre sua inspiração na Sandy: “Quando adolescente, eu usava o cabelo igual ao dela, com aquelas tirinhas do lado” (risos). E confidencia que o Júnior era o seu amor platônico. “Houve uma fase em que eu procurava o Junior nos meninos. Para namorar comigo tinha que ter as mesmas características dele, senão não servia”, explica.
Os concertos da turnê “Nossa História” iniciaram em julho e encerraram em novembro de 2019, passando por Brasil, Estados Unidos e Portugal, acumularam quase 600 mil ingressos vendidos e arrecadaram R$ 120 milhões. Tornou-se a maior turnê da história do Brasil.
Os irmãos continuam se dedicando à família e suas carreiras solos. E os fãs, que viveram a febre Sandy e Júnior, à espera de um novo retorno. Afinal, “o que é imortal...”.