Made In Amazônia
Conheça os negócios que surgiram durante a pandemia em Manaus
Na contramão dos encerramentos em razão do coronavírus, há novas marcas vendendo seu produto na capital amazonense

Manaus - Enquanto empresas do Amazonas de todos os segmentos fecham ou
lutam para não fechar as portas em decorrências das complicações financeiras
geradas pela pandemia, outras surgem da necessidade de ter uma nova fonte de
renda ou simplesmente da vontade de tirar uma velha ideia do papel.
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que cerca de 700 mil pessoas passaram a fazer parte da estatística do desemprego nas duas primeiras semanas de junho no Brasil, o que elevou o índice de desocupação de 11,8% para 12,4%. Apesar dos dados negativos e impactantes, alguns brasileiros aproveitaram a crise para gerar uma oportunidade de renda. Entre 7 de março e 4 de julho deste ano, o Portal do Empreendedor registrou 551.153 novos microempreendedores no país, 16.788 a mais do que no mesmo período de 2019.
A Junta Comercial do Estado do Amazonas (Jucea) registrou, no mês de julho, o total de 701 novas empresas criadas no estado, conforme relatório do Sistema de Registro Mercantil. O número representa um crescimento de 24,8% em comparação ao mês de junho, que teve 527 novas constituições. No entanto, as extinções registradas no mesmo mês, um total de 374, superaram as do mês anterior, que foram de 217.

O Cabocones é um exemplo de negócio genuinamente amazonense que
se consolidou na pandemia. Dos proprietários Alfredo Monteiro e Cássio Viana, o negócio surgiu como
um projeto da faculdade para um empreendimento de sucesso. Os proprietários
formados em marketing participaram de várias feiras e partir daí o
negócio teve grande repercussão.
“Tocávamos o negócio paralelamente ao nosso emprego e aí quando surgiu a pandemia nossa demanda caiu pela metade. E daí começamos com delivery em casa. Mas tivemos muita procura e partir daí pensamos em montar o espaço físico e aproveitar o momento”, revela Cássio.

Os proprietários do Cabocones, espécie de “temaki amazônico”, cones de massa salgada com recheios que variam de vatapá, tacacá a chocolate com castanha resolveram apostar no espaço físico. “Nós sentimos que apesar das restrições, este seria um negócio que se recuperaria rapidamente e foi quando resolvemos empreender e alugar um ponto e criar um ambiente para colocar em prática tudo que nós tínhamos de ideia para o Cabocones”.

Para o empreendedor, um dos grandes desafios de montar o
negócio na pandemia é a imprevisibilidade por conta dos decretos.
“Um dos pontos que conseguiu deixar os clientes seguros para frequentar o local foi as medidas de proteção. Você não tem uma referência de um momento como esse de histórico para você se basear, é um desafio. Mas por outro lado, a pandemia nos tirou da zona de conforto”, explica.
Sabores regionais

Os carros-chefes do Cabocones são: Creme de tacacá com
camarão (um creme baseado aos ingredientes do tacacá). Brigadeiro de banana
frita com canela (uma versão doce). Carne louca (purê de macaxeira com carne
desfiada). Brigadeiro de açaí, pirarucu manauara (purê de banana pacovan com
pirarucu desfiado).
Além disso, o espaço oferece café regional como tapiocas, sucos. A ideia do local é sempre ter um cardápio associado a culinária amazonense.

O projeto futuro do empreendimento é aumentar as opções no cardápio que seja de fácil preparo e entrega. “É difícil trabalhar com produtos regionais, pois eles demandam todo um preparo, mas estamos conseguindo apresentar de uma forma fácil de degustar, de preparar e transportar”.
Inovação para o AM
Outro negócio que também surge em meio aos rastros que a pandemia tem deixado na economia local é a Fast Escova. O Kelson Eugênio, fraqueado da marca, resolveu apostar e trazer a franquia para Manaus.

“Nosso grupo empresarial dispõe de um fundo financeiro para investir em boas e novas ideias que surgem no mercado e sempre foi um desejo nosso desbravar o mercado de beleza que é um dos que mais crescem no mundo e até a chegada da pandemia se superava mesmo diante das maiores crises que o país teve que enfrentar nos últimos 20 anos. Foi quando conhecemos O Grupo 10x. Fui pessoalmente conhece-los em São Jose do Rio Preto, em São Paulo, ficamos dois dias em reunião e tive a grata surpresa de ser apresentado a marca Fast Escova”, explica Eugênio.

A Fast Escova já tem data marcada para sua inauguração, dia
17 de setembro. O espaço tem como diferencial um conceito rápido em oferecer um
serviço ao público feminino serviços rápidos. “A ideia de que estamos no século
XXI e não podemos mais perder tempo com o que não seja essencial: viver”.
Kelson revela que o principal desafio de montar o negócio foi se manter firme e cuidadoso em todos os sentidos, tanto no que rege as práticas de investimentos antes da inauguração como as boas práticas de higiene e convivência num momento onde o distanciamento.

“Em se tratando de investimento, tivemos uma grande demanda de negociação em todas as frentes, com todos os fornecedores e parceiros, inclusive o franqueador que foi altamente flexível com tudo, mas o maior dos desafios vem agora com a inauguração, todos os cuidados regidos pelas autoridades de saúde e sanitárias precisam ser cuidadosamente cumpridas para garantir um ambiente saudável para nossos clientes e colaboradores”, conta.

A ideia de Kelson é expandir a marca em Manaus. “Entendemos
que o mercado de Manaus comporta muito facilmente pelo menos mais três ou
quatro lojas/ponto de atendimento Fast Escova, isso fortaleceria a marca, mas
sobre tudo, encurtaria a distância já que temos mapeados na cidade regiões”.
São vários os serviços que a Fast Escova oferece como maquiagem, penteados e Ledterapia, mas o principal será a escova: serão sete tipos de escovas para atender a todos os tipos de cabelos sem distinção de preços para tamanhos de cabelo.
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