Bebidas alcoólicas
Vendas de bebidas alcoólicas cai no AM e empresários sentem crise
Após grande período de vendas no Carnaval, empresários sentem a diminuição na compra de bebidas alcoólicas no Amazonas

Manaus – Sair para um barzinho ou aquele famoso “Happy Hour” com os amigos não é mais possível neste período em que a Organização Mundial da Saúde pede por isolamento social. Há alguns amazonenses que não abrem mão da vida de boêmio e substituíram os bares pelo conforto de casa. Embora essa medida seja tomada, comerciantes e empresários sentem queda na venda de bebidas alcoólicas.
Segundo a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a venda de bebidas no Brasil caiu 52% em 15 dias do mês de março. Para os destilados, como cachaça, vinhos e cervejas, a queda foi maior. Tudo mudou em menos de um mês, enquanto empresários comemoravam vendas no Carnaval e hoje sentem a perda nas vendas.

Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (Cervbrasil) e Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), compilados pelo Valor Econômico, mostram que em 2020 cerca de 13,5 bilhões de litros de cerveja foram vendidos no país nos primeiros meses.
Impacto regional
Uma distribuidora de bebidas localizada no bairro Compensa, na Zona Oeste, explicou que as vendas estão variando nas últimas semanas. O último fim de semana foi melhor que o anterior. Para driblar as quedas nas vendas, a distribuidora já disponibiliza entrega para os clientes. O empresário explicou que a venda das cervejas em litro caiu consideravelmente, pois os bares, maiores compradores dos produtos, estão fechados após decreto.
O dono de outra distribuidora, localizada no Bairro da Paz, Zona Centro-Oeste, informou que a venda de cervejas diminuiu durante a quarentena e, por isso, está disponibilizando serviço de entrega para atrair novos clientes e garantir a permanência do pedido de antigos. As vendas continuam concentradas nos finais de semana.

Ao contrário das distribuidoras, a grande rede de supermercados DB assinalou que as vendas de bebidas alcoólicas durante as últimas semanas seguem normais e dentro dos padrões, sem maiores elevações durante o período. “Os principais produtos consumidos neste momento em nossas lojas são os alimentícios, de limpeza e higiene pessoal”, explicou a assessoria.
Consumidores
A universitária S.L, de 22 anos, explica que mudou a rotina durante a quarentena e sente que tem consumido mais bebidas alcoólicas em casa. Ela é uma das que não abre mão da bebida.

“Eu tenho consumido mais em casa. Acredito que por causa do tédio. Não tenho outra opção, não tem como ir para um balneário, para festas ou bares. Não tem nada para fazer. Daí eu compro e bebo em casa mesmo. Eu acho que até diminuiu o preço, sinto que a bebida está mais barata durante a quarentena”, explicou.
O estudante Carlos Henrique, de 23 anos, morador da Zona Norte, também disse que o preço durante a quarentena está melhor que os meses anteriores. Ele reúne com alguns amigos e, juntos, consomem as bebidas.
“Eu compro em uma distribuidora perto de casa e vejo que o preço está melhor para comprar bebidas. Já que a gente não pode sair, compro e bebo em casa mesmo, mas tenho bebido menos que antes do isolamento”, disse.