Alimentação
Presença do feijão nos domicílios brasileiros cai pela metade
Queda no consumo do feijão pode ter relação com o aumento da importância da alimentação fora de casa e as mudanças de hábitos alimentares
O arroz com feijão, dupla clássica na alimentação do brasileiro, teve uma redução considerável nas quantidades adquiridas no consumo domiciliar. É o que mostra uma análise histórica do módulo Avaliação Nutricional da Disponibilidade Domiciliar de Alimentos da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017/2018, divulgada pelo IBGE.
Em 15 anos, a quantidade média per capita anual de feijão caiu 52%, variando de 12,394 kg, na edição 2002/2003 da pesquisa, para 5,908 kg em 2017/2018. Já a quantidade de arroz caiu 37% nesse período, indo de 31,578 kg para 19,763 kg.
Para o analista da pesquisa, José Mauro de Freitas, a queda na aquisição desses dois produtos é bastante significativa e pode ter múltiplas causas, como o aumento da importância da alimentação fora de casa e as mudanças de hábitos alimentares.
“Questões econômicas como a variação de preços e da renda também são importantes e devem ser consideradas”, analisa.
Embora a pesquisa aponte a queda na aquisição dos dois produtos, José Mauro chama atenção para a relevância que eles ainda têm na mesa dos brasileiros.

“É importante também notar que tanto o arroz quanto o feijão ainda contribuem significativamente na composição das calorias disponíveis dos produtos in natura adquiridos pelas famílias brasileiras. Até mesmo quando consideramos as calorias totais. O arroz, por exemplo, contribui com 15,6% e o feijão com 4,3%”, explica.
Assim como o feijão e o arroz, outros produtos também tiveram uma queda relevante. A farinha de mandioca (2,332 kg por pessoa/por ano), por exemplo, teve sua aquisição média per capita caindo em 70% entre a POF 2002/2003 e 2017/2018, enquanto a farinha de trigo caiu 56% no mesmo período. Esses foram os produtos que apresentaram o maior percentual de queda. Já o leite teve uma redução de 42%, indo de 44,405 kg para 25,808 kg.
*Com informações do IBGE