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Política

Deboche de Eduardo Bolsonaro à tortura de Míriam Leitão é repudiado

O deputado fez ataque em rede social após colunista, que foi vítima da ditadura, afirmar que Bolsonaro é inimigo confesso da democracia

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em sessão na Câmara (FOTO: Cleia Viana / Câmara dos Deputados)

São Paulo – Uma publicação em rede social do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), debochando da tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, colunista do GLOBO, durante a ditadura militar, provocou uma onda de repúdio.

O comentário foi feito em sua conta no Twitter, na tarde de domingo (4), em resposta a uma postagem em que a jornalista afirmou que Jair Bolsonaro (PL) é um inimigo confesso da democracia. O filho do presidente escreveu: “Ainda com pena da cobra”, numa referência a um dos métodos empregados pelos torturadores da jornalista.

O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) considerou o comentário covarde e asqueroso e “reflete o que essa família é”. O também senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) escreveu que o ataque grosseiro contra a jornalista visa desviar a atenção de problemas como fome, miséria e casos de corrupção. “A estratégia dos Bolsonaros é clara: usar falas polêmicas para desviar a atenção”, afirmou o parlamentar.

O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) classificou o deputado como um “monstro”. A ex-deputada Manuela D’Ávila afirmou “que ele debocha do Brasil e de nossas instituições”.

Professora Dayane Pimentel, deputada federal (União Brasil-BA), escreveu que Míriam Leitão pode ter escolhas políticas diferentes das suas, mas isso é democracia.

“Mas Eduardo Bolsonaro ameaçar, xingar e desrespeitar a mim, a ela ou a qualquer outra mulher só mostra o vil que é. Família Bolsonaro é perseguidora de quem não se curva”, escreveu a parlamentar.

Jornalistas dos mais diferentes veículos e economistas também se pronunciaram a respeito da agressão do filho do presidente.

“Durante a ditadura militar, usaram uma cobra para torturar a Míriam Leitão, que estava grávida. Hoje, essa figura nojenta publicou isso”, protestou o economista Sérgio Goldenstein.

A jornalista Míriam Leitão relatou que, dois dias depois de ter sido presa no quartel do Exército em Vila Velha, no Espírito Santo, em dezembro de 1972, ela foi retirada de sua cela e levada para o pátio. Depois de levar chutes e tapas, teve que ficar nua na frente de dez soldados. Também foi trancada numa sala escura com uma jiboia. Míriam era militante do PCdoB.

— Vi minha sombra projetada cercada de cães e fuzis, e pensei: “Eu sou muito nova para morrer. Quero viver” — contou Míriam Leitão em depoimento ao GLOBO.

*Com informações do site O Globo

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