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Denúncia

Garimpeiros armados assediam servidores da Funai no Vale do Javari, denuncia Univaja

Denúncia da Unijava relata a presença de dois garimpeiros em uma das bases de proteção da Funai na terra indígena

Manaus (AM) – A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) denuncia que garimpeiros armados assediaram servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai), no rio Jandiatuba, no Vale do Javari, região onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados no dia 5 de julho. O fato aconteceu na última sexta-feira (15).

Dois homens, conforme a entidade, perguntaram quantos funcionários (dentre eles, indígenas do povo Matis) estavam trabalhando na base, com clara intenção de assediar os servidores. Uma das principais atribuições dos servidores é a proteção da terra indígena para assegurar a integridade física e territorial de grupos indígenas isolados que vivem nos rios Jandiatuba e Jutaí.

“Nessa região do Vale do Javari, existe a maior quantidade de informações e referências confirmadas de índios isolados”, diz um trecho da nota.

Conforme a nota, entre os dias 24 de fevereiro e 18 de março, uma equipe da Frente de Proteção Etnoambiental (FPE/Funai) Vale do Javari fez uma atividade de vigilância e monitoramento no rio Jandiatuba.

Em relatório, a equipe registrou a presença de 19 balsas de garimpo em atividade, com movimentação logística saindo do município de São Paulo de Olivença (AM), e pontos de retirada de madeira para a construção das balsas próximos da localidade dos indígenas isolados.

“As pessoas que operam as balsas de garimpo no rio Jandiatuba portavam armas de fogo (calibres 16 e 12). O relatório da FUNAI plotou 14 coordenadas de GPS mapeando as atividades de garimpo ilegal no rio Jandiatuba”, informa outro trecho da nota.

No mesmo período,16 de março, a Univaja informou a Superintendência da Polícia Federal no Amazonas sobre o aumento exponencial das atividades de garimpo ilegal no rio Jandiatuba e Jutaí. As informações foram catalogadas e repassadas às autoridades pelo indigenista Bruno Pereira, assassinado no dia 5 de junho no rio Itaquaí.

Nesse ofício, a Univaja registrou coordenadas de GPS sobre a presença de atividades de garimpo ilegal em diferentes rios da terra indígena, dentre eles, o
rio Jandiatuba.

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