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Gravidez tardia

Gestação tardia: processo pode ser desafio para mulheres acima dos 40 anos

Ginecologistas e obstetras afirmam que, a partir dos 40 anos, o bebê pode nascer com má formação ou com Síndrome de Down. Nesta semana, Cláudia Raia anunciou que espera o terceiro filho aos 55 anos

Foto: Arquivo Pessoal

Manaus (AM) – A gravidez durante ou após a menopausa foi assunto em todas as mesas de aspirantes a gestantes desde que a atriz Claudia Raia anunciou que está esperando o terceiro filho, aos 55 anos. De acordo com especialistas, a chance de a mulher engravidar após os 40 anos é quase nula, pois os óvulos vão diminuindo durante a vida da mulher.

O Em Tempo foi conhecer a história da costureira Rosimar Fernandes, de 53 anos, mãe da Rebeca, de 11 anos, que afirma que a gravidez acima dos 40 foi um momento conturbado e intenso.

Foto: Arquivo pessoal

Rosimar descobriu que estava grávida aos 42 anos, o que foi uma surpresa tanto para ela quanto para a família. Além da preocupação, a gravidez veio com muitos desafios desde o início até os momentos finais do parto.

“Passei três meses muito doente com dor de cabeça, irritada. Tudo o que eu comia, enjoava. Tinha dores intensas que me fazia ir ao Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. Um belo dia resolvi fazer um ultrassom de abdome total. Foi lá que eu descobri que estava grávida. Quando recebi a notícia, queria morrer, não acreditava, pois minha filha mais nova tinha 20 anos”,

conta a costureira.

Ginecologistas e obstetras afirmam que, a partir dos 40 anos, o bebê pode nascer com má formação ou com Síndrome de Down. Por essa razão, é necessário fazer ultrassonografia morfológica.

“O risco de abortamento precoce é muito maior. Isso porque, com o aumento da idade, aumentam também as chances de anomalias cromossômicas, principal causa do problema. Se o risco de sofrer um aborto espontâneo é em torno de 20% aos 35 anos, quando a mulher completa 40, ele sobe para 40%, e aos 45, chega a 80%”,

indica a ginecologista Lorena Ana Mercedes, em uma entrevista ao UOL.

Rosimar lembra que os médicos cogitaram tirar a criança não somente pelo avanço da idade, mas por ela também ter doença pré-existente no coração. No entanto, essa opção nunca fez parte dos pensamentos da mãe de Rebeca.

“Eu sabia que [a gravidez e a criança] eram um propósito de Deus, mas a medicina queria tirar. Eles [os médicos] até bateram a ultrassom morfológica, mas eles descobriram que a bebê não tinha nenhum problema.  Por outro lado, eu podia morrer na hora do parto, até porque eu tenho problema cardíaco e tinha falta de ar”,

lembra.

Cuidados do processo

Uma gravidez saudável já tem os seus riscos. Mas para Rosimar Fernandes, esta gestação teve de ter os cuidados redobrados na alimentação e repouso.

“Minha alimentação foi bem restrita, tive que fazer um tratamento bem rígido. Só podia comer frutas e verduras. Nada de refrigerante, pão ou gordura. Era para eu ficar de repouso e eu fiquei em repouso total. Mas foi o momento mais difícil, porque sou ativa. Tinha que preservar a vida da minha filha”,

disse.

Depois que Rebeca nasceu de parto normal, começaram as idas aos postos de saúde para acompanhar a saúde da primeira infância da criança. Foi nesse período que Fernandes começou a ser questionada se era avó de sua filha. “Quando eu ia levar ela para tomar vacina, todas as vezes as enfermeiras falavam isso.  Acontecia na escola também”, comenta.

Hoje, Rebeca tem 11 anos, uma pré-adolescente. Na escola, ela nunca foi questionada sobre a sua mãe ser mais velha que as demais, porém, foi questionada por seu pai ter mais idade. “Ela ficava triste, tive que conversar com ela, que isso é normal”. Já na família, a menina tem sobrinhos mais velhos que ela e outros mais novos, mas para a mãe, eles são só crianças que precisam ser crianças.

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