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Guerra não declarada

Governador alerta sobre força do PCC: ‘Uma guerra não declarada’

Governador de Goiás afirma que o Brasil vive uma guerra não declarada contra o crime organizado e contesta proposta do governo federal

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou que o Brasil está vivendo “uma guerra não declarada”. O apontamento em referência à facção “Primeiro Comando da Capital” (PCC) foi feito durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

Conforme Caiado, o país não reconhece a guerra apontada por ele. Além disso, também alerta que não existe nenhuma instituição na América Latina mais poderosa do que o PCC: “É a maior”.

Governador Caiado diz que PCC fomenta guerra não declarada no país – Foto: Reprodução/Agência Brasil

Governador Caiado critica força do PCC

“Pode juntar todos os bancos brasileiros. [Eles] não têm a capacidade de renda do PCC hoje. O Brasil quer tratar tudo isso falando: ‘Ah, é um roubo de celular, é um roubo de uma carga de combustível, é um roubo de uma área de apartamento’. Não é isso”, afirmou o governador de Goiás.

Ele defende que a facção criminosa tem como objetivo comandar o país, não apenas no aspecto político, mas nos âmbitos administrativos e econômicos.

Divergências

A fala do governador foi feita em 28 de maio. Na época, ele participou de uma discussão a respeito da Proposta de Emenda à Constituição do governo federal que reestrutura o sistema de segurança pública (PEC 18/25).

O debate gerou divergências entre ele e o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). A proposta busca reconfigurar a estrutura de segurança pública do país, com o objetivo de integrar os órgãos de segurança com os diversos níveis federativos.

Diferente do que defende a base aliada do governo, Caiado interpreta que o texto terá um resultado reverso ao permitir o crescimento das facções criminosas por ser uma “cortina de fumaça”, ou seja, jargão usado na política para se referir a um tema que mascara ou esconde outra pauta.   

Além disso, argumentou que a Polícia Federal, a qual terá maior participação no combate às facções, não teria as ferramentas necessárias para cumprir as atribuições.

“A concentração na Polícia Federal é para dizer ‘olha, PCC, comando vermelho, pode andar em paz, essa peça aqui vai liberar você total, liberou geral’. A prova é que a PEC tira poder dos estados, tira poder dos governadores, tira poder da polícia militar, tira poder da polícia civil”, disse Caiado.

No entanto, na visão de Barbalho, a PEC é importante, pois propõe o combate às organizações criminosas a partir de uma união coordenada entre todos os entes federativos.

“Se nada mudar, nós vamos perder o controle de regiões inteiras. O crime já movimenta cerca de R$ 150 bilhões em todo o nosso país. As facções entraram na cadeia criminosa global, dominaram as rotas para os Estados Unidos e para a Europa, do tráfico de drogas passaram ao contrabando de arma, ouro, madeira, cigarro, bebida e combustível”, afirmou.

O que é a PEC 18/25?

A proposta funciona a partir de três eixos: constitucionaliza o Sistema Único de Segurança Pública (Susp); aumenta a atuação de órgãos de segurança, como a Polícia Federal (PF) e fortalece o papel da União na coordenação da segurança pública.

Apesar do texto propor a competência privativa da União para legislar sobre o sistema penitenciário, os estados e municípios devem continuar responsáveis pelo comando e gestão de suas forças de segurança. A PEC não interfere nas competências locais.

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