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Teatro Comunitário

“Jurubebas” estreia espetáculo na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé

As apresentações acontecem nos dias 17, 18 e 19 de junho

Manaus (AM)- O Grupo Jurubebas de Teatro atravessou o rio e atracou a rabeta no complexo de comunidades do Tupé, zona rural de Manaus, para construir o projeto “Fome de Quê”, que levou oficinas teatrais e colheu histórias dos moradores mais antigos da comunidade localizada na margem esquerda do rio Negro.

A vivência deu origem ao texto do espetáculo “Tucumã & Buriti – As brocadas do Tarumã”, do dramaturgo sergipano Euler Lopes, que estreia nos dias 17, 18 e 19 de junho, com apresentações sempre às 10h, na comunidade de Julião, situada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé. A entrada é gratuita.

Na obra, duas irmãs que nasceram grudadas pelo umbigo, crias da comunidade ribeirinha de Julião, tem seus desejos de matar a fome: uma delas quer ficar, outra delas quer partir. Nisso, o rio Tarumã vira palco para a história das meninas Tucumã e Buriti, e suscitam o questionamento: até onde sua fome pode te levar?

A proposta de intercâmbio e formação foi realizada com a vinda do dramaturgo para a comunidade, transformando elementos da vida cotidiana amazônida em cenas escritas ao calor do sol manauara.

O projeto contemplado pelo prêmio Amazonas Criativo do Governo do Estado do Amazonas, através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, proporcionou o encontro de diversas personalidades da nova geração da cena teatral amazonense, dando origem ao espetáculo “Tucumã & Buriti”, com direção assinada por Jean Palladino e produção de Felipe Maya Jatobá.

Personagens e proposta

Tucumã é interpretada pelo ator Nícolas Queiroz, que traz uma personagem com raízes regionais e que não tem o desejo de sair da comunidade. Já Buriti, interpretada pela atriz Emily Danali, tem o desejo de ser tornar uma estrela com as vendas de doces feitos da fruta que seu nome carrega. As duas cunhantãs dialogam sobre seus desejos distantes, mas ligados pelo umbigo.

“A proposta do diretor é trazer, para a rua, os elementos cíclicos da natureza e sua relação intrínseca aos acontecimentos narrados na peça. Trata-se de uma obra de origem popular, que bebe das referências da comunidade para mostrar o imaginário da própria comunidade. Aqui a ‘fome’ é tratada como um desejo de vida: coincidentemente, nosso país voltou ao mapa da fome no mundo, o que nos permite olhar de forma poética e concluir que a nossa fome é a fome de todos que desejam um mundo mais justo e de oportunidades iguais para todos”, declara Felipe Maya Jatobá.

Os figurinos trazem releituras em colorações simbólicas, relembrando objetos como as asas de um pássaro e a casca de uma tartaruga: tudo é reaproveitado e ressignificado para dar sentido ao teor econômico aplicado no discurso da cena. O som de beiradão faz parte da pesquisa musical realizada pelo diretor Jean Palladino, que compõe a sonoplastia do espetáculo.

*Com informações da assessoria

Fotos:  Larissa Martins

Edição Web: Bruna Oliveira

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