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Trânsito

Lei Seca completa 15 anos e dados no AM impressionam

Para os motoristas que insistem em beber antes de dirigir está previsto mais rigor nas punições

Operação Lei Seca em funcionamento no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação /Governo do estado do RJ

A Lei Seca fez 15 anos de existência em nosso país este ano. Com tolerância zero para a mistura de álcool, direção e outras substâncias capazes de alterar a forma de condução dos veículos, a lei foi incluída no Código de Trânsito Brasileiro. Antes da medida, motoristas que fossem flagrados dirigindo sob consumo de pequenas substâncias alcóolicas, não sofriam penalidades.

A partir da lei, motoristas que dirigirem tendo consumido qualquer teor alcoólico são multados no valor de R$ 2.934,70, além da suspensão da Carteira Nacional de Habilitação por 12 meses.

No cenário nacional, o ‘Panorama dos acidentes de trânsito por uso de álcool no Brasil’, feito pela ONG Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), apontou que o número de mortos em acidentes de trânsito diminuiu 32%. Em contrapartida, o número de hospitalizações, pelo mesmo motivo, aumentou 34%.

A ingestão de álcool afeta as funções cerebrais gradualmente, fazendo com que os motoristas percam a noção da realidade, arriscando suas próprias vidas e a dos outros. As áreas afetadas pelo álcool variam, elas vão desde a emoção, com a mudança de humor, até a capacidade de concentração e raciocínio. 

Acidentes

Dentro da perspectiva local, o Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), informou que, em 2023, 599 pessoas foram autuadas por dirigir sob a influência de álcool, 190 pessoas se recusaram a se submeter a teste, exame clínico, perícia ou procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, totalizando 789 pessoas.

A negligência por parte dos motoristas pode mudar a trajetória de vida de uma pessoa e uma família. O filho da dona Márcia dos Santos morreu atropelado em um acidente de trânsito em 2017 na Ponta Negra, em Manaus, e o motorista do veículo estava embriagado. Mesmo que o assassino tenha sido condenado pela justiça, medida nenhuma trará de volta o ente querido.

‘É um sentimento de revolta. Meu filho estava se divertindo, não fez mal para ninguém, mas acabou pagando pelo erro de outro. O assassino hoje está livre e meu filho não vai voltar para mim’,

disse a mãe.

Superar o acidente e a morte do filho ainda é um desafio para dona Márcia, e mesmo que tenha passado alguns anos, a dificuldade em aceitar o que aconteceu mexe com o sentimento de toda a família.

‘Nós nos sentimos impotentes. Não podemos fazer nada, eu sinto muita falta dele, parece que levaram uma parte de mim. Tudo isso por causa de uma irresponsabilidade de outra pessoa, eu fiz tratamento durante um tempo, me sinto melhor, mas é impossível dizer que está tudo bem’,

finalizou a idosa.

Bafômetro

A negligência faz vítimas todos os anos. Famílias são arrasadas por causa da mistura de álcool e direção, ainda que as campanhas de conscientização sejam efetivas. Nas fiscalizações feitas pelos órgãos de controle, um instrumento se faz necessário para ajudar na abordagem aos motoristas, o bafômetro.

O etilômetro, popularmente conhecido como bafômetro, foi criado no ano de 1954, pelo Dr. Robert Borkensteins, da polícia do Estado de Indiana, nos Estados Unidos, para avaliar os níveis de álcool através da análise do ar exalado pelos pulmões.

‘Como a bebida alcoólica ingerida é absorvida pela garganta, boca, estômago, intestino e correntes sanguíneas, o aparelho consegue identificar pelo hálito da pessoa essa presença anormal’,

informou o Detran-AM.

As ações de Lei Seca são realizadas regularmente na cidade, principalmente durante festividades grandes, como o carnaval. Em 2023, o Detran-AM informou que 48 pessoas foram flagradas dirigindo embriagadas durante os três dias do final de semana da capital.

Cada vez mais, a conscientização da população torna-se essencial para salvar mais vidas no trânsito. O sentimento individualista, nesses casos, não pode se sobressair ao bem-estar comum, é preciso arcar com as consequências, e ter responsabilidade com os nossos atos.

Ações no trânsito

As estratégias do poder público para diminuir a quantidade de acidentes de trânsito variam e se aperfeiçoam com o passar dos anos. Hoje em dia, temos tecnologias mais apuradas, temos uma abertura maior para falar do assunto, sempre contando com a atenção da população.

O Detran-AM informou que suas estratégias consistem em campanhas educativas por meio da equipe de Educação para o Trânsito em escolas e empresas, além da fiscalização de trânsito em operações que ocorrem durante toda a semana, que possui o intuito de diminuir os índices de acidentes.

O Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) também realiza ações de conscientização para empresas públicas e privadas. Através do programa ‘Condutor Consciente’, os trabalhadores dessas instituições recebem orientação sobre prevenção de acidentes envolvendo motoristas profissionais.

Ainda que os órgãos de trânsito da capital realizem operações de fiscalização, a consciência de cada um também é essencial para fazer do trânsito um lugar seguro. Todo ano temos provas dos problemas causados pela mistura do álcool e direção, a decisão de uma pessoa pode mudar para sempre a vida de famílias e amigos. Vidas viram estatísticas por conta da falta de responsabilidade dos motoristas da capital amazonense.

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