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Com a Palavra

Pré-candidato a deputado estadual Wilson Períco expõe ideias sobre economia no interior do AM

Nesta edição de “Com a Palavra”, a equipe do Em Tempo conversou o pré-candidato a deputado estadual Wilson Périco

Foto: Em Tempo

Nesta edição de “Com a Palavra”, o Em Tempo conversou com o pré-candidato a deputado estadual Wilson Périco, que deixou o cargo de presidente do Centro da Indústria do Amazonas (Cieam) para participar das eleições. Durante a entrevista, Wilson falou sobre a implementação de medidas que estimulem o desenvolvimento econômico no interior do Amazonas, e sua atuação como presidente do Cieam durante o enfrentamento da pandemia.

Então, após algumas especulações, o senhor confirma sua pré-candidatura a deputado estadual pelo Avante, certo?

Exatamente isso. Nos últimos anos, nos últimos dez anos principalmente, eu não fiz outra coisa que não dedicar 100% do me tempo, nos dos últimos três anos, defendendo o modelo Zona Franca. Não por conta do resultado econômico dos investimentos aqui, mas, principalmente, pela contrapartida que esse modelo dá, que é social para o nosso povo.

Os empregos gerados no Polo Industrial de Manaus trazem diferença para a população. Nós estamos falando de 500 mil empregos diretos e indiretos gerados na capital, e mais 750 mil empregos gerados nos demais estados do país, e isso é o indicador mais importante.

E você sempre pensou em enveredar por esse lado político?

Não, na verdade não. Eu tenho sido assediado, recebi alguns convites de alguns partidos, mas nunca houve um uma empatia de verdade. Por conta desta última situação do IPI, em uma reunião convocada pelo Prefeito David Almeida, nós participamos, discutimos, e debatemos bastante. Ele me convidou e convidou o Jorge Junior para um almoço, no dia seguinte, para ele entender um pouco mais o que havia sido discutido. Nesse almoço ele me fez o convite para me filiar ao Avante.

Então, não estava no meu radar alçar uma carreira política, vamos assim chamar. Então, pela primeira vez na vida, eu me filiei a um partido político e, logo em seguida, ele me postulou como um pré-candidato ao governo do estado. O que me traz muito desafio que me traz muita alegria é poder continuar compartilhando esse meu entendimento, um pouco da minha experiência, um pouco da minha vivência e muito da minha gratidão a essa terra agora com a legitimidade política se Deus quiser.

O senhor é presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas, e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado. Durante o período da pandemia, as indústrias foram muito afetadas e eu gostaria que o senhor comentasse um pouco sobre como foi a sua atuação.

Eu estou no Cieam há dez anos, como presidente, e também, hoje, na Federação das Indústrias, como segundo vice-presidente. O momento da pandemia, tanto o primeiro quanto o segundo ano, foram momentos muito difíceis para todos nós. Nós lidamos com o imponderável e, para minha alegria, a indústria se dedicou muito usando a sua expertise para auxiliar, principalmente, as equipes de saúde a prestarem os serviços para a população.

Usamos das linhas de produção para produzir em Manaus os EPIs que não fazem parte do portfólio de produtos que temos aqui na Zona Franca, como produzir o face shield, produzir máscara, produzir proteção para sapato e produzir os aventais. Entramos nos hospitais para desenvolver um respirador aqui para atender também a demanda daquelas pessoas que estavam precisando. Todo o alimento dos hospitais em campanha foi fornecido também pelas indústrias. Houve um esforço muito grande, em um segundo momento, para conseguirmos o oxigênio que estava faltando. Então, usamos tanto o oxigênio que estava nas linhas de produção, que as indústrias abriram mão da utilização reduzindo a sua atividade industrial, mas também de buscar a doação de oxigênio em outros estados.

Nós trouxemos para cá quase um milhar de cilindros de oxigênio, e esse cilindros foram utilizados e ajudaram muitas pessoas a passar por aquele momento. Então, a indústria não se furtou ao desafio e, principalmente, não demitiu ninguém por conta da Covid.

Em 2011, você foi considerado o mais jovem líder empresarial da indústria amazonense. Eu queria que você comentasse um pouco como que foi essa sua atuação logo no início tão jovem, e se você tem algo em mente para esse público mais jovem?

Mas você sabe… a questão são as oportunidades. Me foi dada a oportunidade de colocar a minha a contribuição, e isso se soma também ao conhecimento que você tem, e as qualificações que a gente traz para compartilhar isso de forma voluntária.

Eu quero ressaltar que a minha atuação no centro da indústria, no sindicato, e na federação é uma atividade voluntária, não tenho remuneração por isso não. Mas, me oportunizou compartilhar esse meu entendimento com vários atores da sociedade, vários atores dos poderes ou do governo do estado, da prefeitura, e do governo federal. Tivemos um crescimento bastante grande.

Aprendi muito nesse período do que é trabalhar com a política, e isso me traz hoje condições de pleitear um cargo na Assembleia Legislativa do Estado para atuar do lado de dentro da política, conhecendo o que nós conhecemos da realidade da capital e o que nós conhecemos também das potencialidades do interior para poder ajudar o nosso Estado a desenvolver um projeto, um planejamento para o nosso estado daqui a cinco, dez, e quinze anos. Eu acho que sem isso, sem um norte as coisas ficam mais difíceis. Nós precisamos resgatar o planejamento, e a Assembleia Legislativa tem um papel fundamental para isso.

Agora falando um pouco sobre as ameaças sofridas pela Zona Franca de Manaus, o senhor é um defensor intransigente da Zona Franca. O que o senhor teria em mente para a melhoria desse cenário?

Eu tenho comigo primeiro a convicção e segundo as comprovações técnicas, econômicas e sociais, falando dos acertos do modelo Zona Franca. Daí a minha defesa ferrenha aos direitos aqui percebidos pelo Decreto nº 288, aos investimentos aqui da nossa cidade que geram emprego principalmente.

Da mesma forma que eu entendo que o nosso estado tem uma situação que traz muita dificuldade para o nosso estado. O que é a concentração da riqueza na capital? As oportunidades do nosso estado, hoje, elas estão resumidas à Manaus. E nós precisamos mudar isso. Nós precisamos olhar para as potencialidades do interior. Nós temos outros 61 municípios, nós não podemos continuar aceitando que 90% do ICMS do estado seja arrecadado na capital. Nós temos a oportunidade de aumentar e oportunizar a geração de riqueza, renda e emprego calcadas nessas potencialidades. Ah, quais sejam? A mineração, a fruticultura, a piscicultura, a farinha, o turismo, são alguns deles. Mas, nada em detrimento do polo industrial. Alternativas, matrizes, atividades econômicas que venham se somar com o que temos na capital para levar essa oportunidade também à população que está no interior.

Ultimamente, é muito falado sobre a Amazônia e economia verde. Do seu ponto de vista, quais infraestruturas os governos, tanto no âmbito federal quanto estadual, precisam implementar para tirar esses projetos de desenvolvimento econômico do papel?

Bom, a economia verde, se nós formos falar de crédito de carbono, se nós vamos falar de contrapartida, ou sustentabilidade, nós precisamos garantir que isso não pare na copa das árvores. Que se enxergue o indivíduo que está na nas comunidades, nos municípios do interior que precisam de oportunidade de emprego. O crédito de carbono, por exemplo, ele é importante? É claro que é importante. Mas, eu pergunto: quantos empregos nós vamos gerar com crédito de carbono? Eu não me vejo defendendo o retorno do assistencialismo. Eu vejo como busca da oportunidade para a dignificação do indivíduo. A geração de emprego calcada na qualificação, na capacitação desse indivíduo para que ele possa ser abraçado por toda e qualquer atividade que venha ser desenvolvida, fruto da biodiversidade, ou das outras atividades já potencializadas no nosso estado. Então, a economia verde ela é importante, porque o nosso estado, como eu disse, é o estado que mais preserva a sua vegetação nativa. Ninguém vai apregoar aqui o desmatamento ilegal, nada disso.

Mas, o fato de nós termos essa maior preservação, 97% do nosso estado é preservado, ao invés de ser um bônus para o nosso estado, se tornou um ônus, porque no nosso estado nada pode. Você quer manejo para fazer um reflorestamento, para uma atividade de fruticultura, por exemplo, não pode. Você quer desenvolver uma atividade de mineração, mas faz nove anos que está se brigando para explorar o potássio, não pode.

Hoje, nós trazemos pescado de Rondônia e de Roraima, sendo que a maior bacia hidrográfica está no estado do Amazonas. Por que é que nós não conseguimos levar essa oportunidade para o nosso cidadão que está no interior para que ele possa ter uma fonte de renda oriunda daquilo que é a nossa vocação. Então, eu acho que existem sim ferramentas que nós podemos colocar em prática para já alavancar atividades que são as vocações do nosso estado.

O bancário Kervin Minton pergunta:  pré-candidato, qual são os seus planos para população do interior?

Bom Kevin, como eu falei, o nosso interior ele está cercado de oportunidades e potencialidades. Eu citei algumas: a fruticultura, a piscicultura, o turismo e a mineração. Aquilo que advém da nossa biodiversidade, que tem que se transformar em bionegócio, porque caso o contrário, não vai dar resultado e é exatamente esse um dos caminhos que nós precisamos para que o nosso estado deixe de ser tão dependente como é da geração de riqueza da capital e que nós possamos também tirar o estado dessa comissão de reféns que somos hoje por conta do modelo Zona Franca.

Nós temos que olhar e preservar a natureza, preservar o meio ambiente, mas juntamente com o cidadão que aqui vive. É essa pessoa que vai nos ajudar a preservar o meio ambiente, se ela tiver condição de emprego e renda, e se ela tiver dignidade para ter o seu sustento.

A cidadã Maria das Dores pergunta: pré-candidato, como você analisa o cenário político atual?

Nós estamos vivendo um momento muito chato. Essa polarização, de um lado não quer nem saber o que o outro está pensando. Aquele negócio ‘eu nem sei o que você está pensando, mas eu não concordo’, e quem tem sofrido muito com isso somos nós cidadãos. A sociedade sofre demais. Então, eu espero sim, que nós possamos resgatar esse equilíbrio, e ter o cidadão como o verdadeiro e principal objetivo das ações políticas e das atividades nos âmbitos municipal, estadual e federal para que nós possamos tirar essa chatice da nossa frente, resgatar um pouco mais da confiança, da esperança ou em cima de tudo aquilo que nós sabemos podemos e devemos realizar. Então, eu acho que é um momento de buscar mudanças também e, por isso, nomes novos que vão aparecendo. Eu sou um caso desse, e espero ter a oportunidade para tentar fazer parte dessa mudança.

Eu gostaria que o senhor destacasse aqui para a população quais ações e projetos você pretende desenvolver em prol da população caso venha ser eleito deputado estadual?

Bom, eu falo de emprego do Polo Industrial de Manaus. Consequentemente, as famílias que têm a sua saúde e o seu os seus alimentos provenientes desse emprego. Nós não podemos pensar que o modelo Zona Franca vai ser perene. A inovação tecnológica mais e mais traz a automação, que pede menor demanda por mão de obra. Nós temos que pensar na contrapartida social. Daí a necessidade de desenvolvermos essas novas matrizes focadas nas potencialidades do nosso estado nos demais sessenta e um municípios que temos.

Faz parte, e tem que fazer parte da prioridade do Governo do Estado buscar soluções de logística, de infraestrutura para o desenvolvimento dessas atividades. Consequentemente, gerando emprego no interior, melhorando a vida da população do interior e tirando o estado dessa dependência que temos hoje da capital. Eu acho são medidas plausíveis, e são propostas simples e de interesse de todos.

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