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Uso de máscaras

Registros da nova variante da Covid-19 acendem alerta no Amazonas

A cepa foi encontrada nos estados do Pará e Amapá e sua descoberta acende um alerta para o Amazonas, onde foi permitida a flexibilização do uso de máscaras

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – A existência de uma nova variante da Covid-19 no Brasil, a ‘Deltacron’, foi confirmada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta terça-feira (15). A cepa foi encontrada na região Norte, nos estados do Pará e Amapá, e sua descoberta acende um alerta para o Amazonas, onde foi permitida a flexibilização do uso de máscaras. Para especialistas, a variante carrega muitas incertezas e o momento atual não é otimista para a desobrigação do item de proteção.

Duas pessoas foram infectadas pela nova variante Deltacron, que tem características combinadas das variante Delta e Ômicron, sendo chamada informalmente por esse nome. Seu aparecimento foi confirmado pela primeira vez na França, em janeiro de 2022.

De acordo com o ministro Marcelo Queiroga, o monitoramento da nova variante já está em andamento, assim como o aumento de casos da doença na China. Somente nas últimas 24 horas, o país registrou 5.280 casos da Covid-19, o maior número desde o primeiro surto em 2020, de acordo com a Comissão Nacional da Saúde (CNS).

Desobrigação de máscaras

No Amazonas, o governador Wilson Lima assinou um decreto, no dia 11 de março, que desobriga do uso de máscaras em ambientes abertos a partir do dia 12 de março. Porém, a recomendação do uso do item ainda prevalece para idosos com mais de 70 anos.

O secretário Anoar Samad informou, nesta terça-feira (15), que a variante Deltacron apresenta baixo risco de apresentar um novo surto epidemiológico no estado e salienta a importância da campanha de vacinação.

Já a o prefeito David Almeida anunciou no dia 8 de março a flexibilização do item de proteção contra a Covid-19 a partir desta quarta-feira (16).

A Prefeitura de Manaus informou ao Em Tempo que a flexibilização do uso de máscara em ambientes ao ar livre na cidade será publicada na edição do Diário Oficial do Município (DOM) nesta quarta-feira (16).

Incertezas

A identificação da nova cepa da doença em dois estados próximos ao Amazonas sinaliza um novo alerta para a região. De acordo com o epidemiologista Jesem Orellana, a suspensão do uso das máscaras é um erro, visto as incertezas que a nova cepa carrega.

“Ainda se sabe pouco sobre a letalidade da Deltacron, transmissibilidade ou até fuga às respostas geradas pelas vacinas contra a COVID-19, mas já circula há semanas em diferentes países. Portanto, estamos falando de um fato indiscutível, a grande capacidade de surpreender do novo coronavírus, especialmente quando a maioria quer acreditar que a pandemia acabou”,

explica o epidemiologista.

Também afirma que a detecção da doença no país e na região Norte já era esperada, pois muitas pessoas percebem o atual momento como o fim da pandemia e como consequência relaxam com as medidas de proteção contra a doença.

“O país vive um clima de fim do problema, o que configura fuga da realidade que bate à porta do Reino Unido com novos aumentos de casos leves e graves, após a liberação quase que total das restrições, bem como com o surpreendente surto de COVID-19 na China”,

diz Jesem.

Segundo o infectologista Nelson Barbosa, ainda é muito cedo para a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinar o grau de risco da Deltacron. No momento, ela tem se espalhado pelo mundo, atingindo países como França, Holanda e Dinamarca, porém com um volume de óbitos reduzido.

Ao mesmo tempo, ressalta que o clima atual é de cautela, e não vê com otimismo a não obrigatoriedade do uso de máscaras no Amazonas, em razão do aumento de casos da China, após o país flexibilizar as medidas não farmacológicas contra a Covid-19.  

“Nós estamos vendo o que está acontecendo na China. Mais de cinco mil casos. Tanto que lá fizeram o lockdown, porque a variante Delta voltou a infectar e a aumentar o número de casos inclusive de mortes. Então não vejo com prudência, neste momento a gente relaxar o uso de máscaras. Até porque nós temos mais 35% dos municípios em que a taxa de imunização não passa de cinquenta por cento”,

diz Nelson Barbosa.

Edição: Leonardo Sena

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