Os debates sobre as políticas públicas de inclusão da diversidade no mercado de trabalho vêm avançando nos últimos anos, no entanto, as conquistas têm despontado muito mais na teoria do que na prática. O próprio Dia Nacional da Pessoa com Deficiência, em 21 de setembro, celebrado desde 1982, mas oficializado só em 2005 pela Lei n.º 11.133, já está há décadas suscitando a discussão sobre a inclusão desse público, mas conflita com os dados recentes da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra que apenas 26% das pessoas com deficiência estavam no mercado de trabalho ao final de 2022, sendo pouco mais da metade dessas na informalidade.
Há no Brasil, inclusive, a Lei de Cotas (Lei n.º 8.213/91), que determina a participação de 2% a 5% de pessoas colaboradoras com deficiência em empresas com mais de 100 funcionários. No entanto, apesar dos 32 anos de vigência dessa legislação, muitas empresas ainda alegam encontrar “dificuldade” para contratar pessoas com deficiência.
“As empresas acabam exigindo experiências em determinadas funções, conhecimento de áreas específicas e o que mais puderem exigir para as vagas, na grande maioria das vezes, menores, voltadas a pessoas com deficiência, colocando barreiras e reduzindo a participação dessas pessoas colaboradoras”,
explica Renata Torres, co-founder da Div.A Diversidade Agora! e especialista em diversidade e inclusão.
E o problema não para por aí. Renata ressalta ainda que essa porcentagem de pessoas que conseguem os empregos acabam sendo vítimas de outra adversidade que tem se mostrado muito presente nas empresas.
“É o chamado capacitismo institucional, quando a empresa contrata a pessoa com deficiência e ela não tem um tratamento de equidade para com os demais. Não só há uma discriminação sobre a deficiência como também não há acessibilidade para o livre circular daquela pessoa”,
esclarece a especialista.
Até mesmo os salários das pessoas trabalhadoras com deficiência se mostram 30% menor do que a média brasileira, segundo o IBGE, reflexo dos cargos diminuídos para os quais são contratadas.
Segundo Kaká Rodrigues, também co-founder da Div.A Diversidade Agora! e especialista em diversidade e inclusão, é preciso que a organização tenha uma postura ativa nessa questão.
“Não basta a empresa cumprir a Lei e contratar o que é determinado por cota, mas é preciso incluir essas pessoas colaboradoras. Não só garantir a acessibilidade de todas as pessoas, mas trazer programas de capacitação profissionais específicos para pessoas com deficiência, buscar profissionais especialistas para a conscientização das equipes, combatendo o capacitismo”,
relata a especialista.
Kaká afirma ainda que a contratação de pessoas com deficiência não deve ser uma obrigação ou apenas cumprimento da Lei, mas pensar no desenvolvimento da própria empresa.
“As organizações que buscam pessoas com deficiência aumentam a diversidade dentro da empresa, garantindo uma cultura corporativa mais inclusiva, além de valorizar a igualdade e o respeito. São diferentes perspectivas, habilidades e experiências que serão trocadas junto às demais pessoas dos times, criando oportunidades novas e, ao mesmo tempo, contribuindo para a sociedade, o que estimula o crescimento e o sucesso da própria empresa”,
conclui.
*Com informações da assessoria
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