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Alerta de Cheias: rios do Amazonas devem ter cheia menos intensa em 2024

Cenário é resultado da seca severa que afetou a região em 2023 e das chuvas abaixo da média, que têm dificultado a recuperação dos rios

Foto: Bruno Kelly/Reuters

Manaus (AM) – Os rios Negro, Solimões e Amazonas devem enfrentar uma cheia menos intensa neste ano. É o que indicam informações do 1º Alerta de Cheias do Amazonas, realizado nesta terça-feira (2), pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), com o objetivo de apoiar o planejamento de ações para o período. As previsões, com antecedência de 75 dias para o pico da cheia, contemplam os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas. O evento ocorreu na Superintendência de Manaus (SUREG-MA).

“Para este ano, esperamos que as cotas máximas dos rios do Amazonas fiquem muito próximas às médias históricas em Manaus e Manacapuru. Em Itacoatiara e Parintins, as projeções indicam níveis abaixo do esperado para época e sem ultrapassar a cota de inundação”, explicou a pesquisadora em geociências do SGB Jussara Cury. “Podemos destacar, por meio dos modelos de previsão, que a cheia de 2024 no Amazonas não será de grande magnitude”,

completou.

Esse cenário é resultado da seca severa que afetou a região em 2023 e das chuvas abaixo da média, que têm dificultado a recuperação dos rios. “Esse último ano foi um ano de seca severa na Região da Amazônia, com grandes prejuízos para a navegação, o setor produtivo e também para a biota aquática”, ressaltou a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial, Alice Castilho.

Segundo as previsões (com 80% de intervalo de confiança), o Rio Negro deve atingir 27,21m em Manaus, com possibilidade de chegar à máxima de 28,01 m, o que representa uma cheia dentro da normalidade. A probabilidade de superar a cota de inundação (27,5m) é de 32%. Para a cota de inundação severa (29m), essa probabilidade é de 17,03%, e a chance de chegar à cota máxima (30,02m em 2021), é de 0,02%.

Já em Manacapuru (AM), o Rio Solimões deve ficar na marca de 18,31m, com possibilidade de variar até 19,01m. De acordo com o modelo utilizado, a probabilidade de que o rio alcance a cota de inundação (18,20m) é de 58%, e a de inundação severa (19,60m) é de 6,5%. A chance de superar a cota máxima (20,86m em 2021) é baixa.

Rio Amazonas terá níveis abaixo da média

Para Itacoatiara (AM), a previsão é que o Rio Amazonas atinja 13,06m, com possibilidade de chegar à máxima de 13,57 m. A probabilidade de superar a cota de inundação (14m) é de 29%, e a cota de inundação severa (14,2m) é de 4,1%. Segundo os modelos de previsão, é muito baixa a probabilidade de superar a cota máxima (15,2m em 2021).

Em Parintins, o Amazonas deve atingir 7,14m, com possibilidade de chegar à máxima de 7,58m. “A probabilidade de superar a inundação (8,43m) é de 0,46% e mais baixa ainda de superar inundação severa (9,3m) e a máxima (9,47m em 2021)”, disse Jussara Cury durante o 1º Alerta de Cheias do Amazonas.

Fim do El Niño

As previsões climatológicas, divulgadas pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), indicam que as chuvas na Região Amazônica podem retornar à normalidade com o fim do El Niño. A chegada do fenômeno climático, em junho do ano passado, alterou os padrões de chuva no país.

“O El Niño está em declínio e cada vez mais fraco. A previsão para o próximo trimestre, de abril a junho, é de chuva dentro da normalidade em boa parte da Amazônia Legal”,

afirmou o meteorologista do Censipam Gustavo Ribeiro.  

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