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Dólar cai pela 7ª vez seguida e fecha em R$ 5,86

Investidores estiveram à espera de definição sobre juros no Brasil, EUA e Europa

Investidores aguardam início das reuniões nos bancos centrais do Brasil e dos EUA para definição da nova taxa de juros nos dois países - Amanda Perobelli/Reuters

O dólar caiu pela sétima sessão seguida nesta terça-feira (28), com variação negativa de 0,74%, cotado a R$ 5,868. É o menor valor registrado desde 26 de novembro do ano passado, quando marcou R$ 5,808. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,856. Em janeiro, a divisa americana acumula queda de 5,02% frente à moeda brasileira.

A queda do dólar em comparação ao real foi na contramão do que ocorreu com outras divisas. A moeda americana subia frente à maioria das divisas globais. Por volta das 18h30, o índice DXY, que mede a força do dólar americano em relação a uma cesta de moedas estrangeiras, avançava 0,51%.

Já a Bolsa encerrou com queda firme de 0,64%, aos 124.055 pontos, após avançar quase 2% no pregão anterior. A cotação foi afetada principalmente pela queda de mais de 2% nas ações da Vale.

Investidores repercutiram o início das reuniões de dois dias do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central no Brasil e também do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) para definir a nova taxa de juros de cada país. As decisões serão divulgadas nesta quarta-feira (29). Já a taxa de juros na Europa será anunciada na quinta-feira.

Além disso, os analistas avaliaram as novas críticas feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil e os efeitos da queda global de ações de tecnologia após a repercussão de um modelo chinês de inteligência artificial de baixo custo, a DeepSeek.

O noticiário doméstico esvaziado e a demora do governo Trump em cumprir a promessa de adotar tarifas de importação mais elevadas favorecem o real, segundo analistas financeiros, mas não significa que o dólar seguirá no patamar abaixo dos R$ 6.

Os mercados estiveram à espera da ‘superquarta’, quando os bancos centrais do Brasil e dos EUA anunciarão a nova taxa de juros. O BCE (Banco Central Europeu) divulga a sua decisão na quinta-feira (30). A perspectiva é diferente em cada um dos mercados.

Nos EUA, os analistas preveem que o banco central americano manterá a taxa de juros inalterada, entre 4,25% e 4,5%, após terem reduzido os juros em 1 ponto percentual acumulado nos últimos três encontros.

Os europeus esperam uma queda de 0,25 ponto percentual, segundo as apostas de operadores, em meio a forte desaceleração da economia da zona do euro.

No Brasil, o próprio BC já indicou que deve subir a Selic em um ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano.

O Copom iniciou a reunião para definir a nova taxa de juros nesta terça. É a primeira reunião sob o comando do novo presidente, Gabriel Galípolo.

“Esperamos que o comunicado do Copom reconheça a deterioração adicional observada das expectativas de inflação e possivelmente também a deterioração da inflação de serviços, mas também sinais emergentes de atividade real mais moderada”, disseram analistas do Goldman Sachs em relatório.

Analistas consultados pelo Banco Central esperam que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) termine o ano em 5,50%, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (27).

O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O boletim também indicou um aumento na previsão da taxa básica de juros no próximo ano para 12,5%, contra 12,25% da semana passada. A Selic ainda subiu para 2027 (de 10,25% para 10,38%), mas ficou estável em 2025 (15%) e 2028 (10%).

O mercado ainda repercutiu dados sobre a arrecadação federal divulgados nesta terça. Os recursos tiveram uma alta real de 9,62% em 2024, na comparação com 2023, somando R$ 2,653 trilhões. É o melhor resultado anual já registrado na série histórica do governo, iniciada em 1995.

“Temos um cenário calmo em razão das férias do Congresso. Além disso, Lula não está falando nada que traga volatilidade para o mercado”, disse Douglas Sousa, especialista em macroeconomia da Top Gain.

Com a agenda doméstica esvaziada, o que tem movido os mercados neste período são as notícias externas.

*Com informações da Folha de S.Paulo

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