Manaus (AM) – A gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era de fechar o Polo Industrial de Manaus (PIM). Foi o que afirmou o atual superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Bosco Saraiva, em entrevista a jornalistas do G6, grupo de sites no Amazonas.
Na gestão do então presidente Bolsonaro, dois nomes assumiram o comando da autarquia no Amazonas. O coronel reformado do Exército Alfredo Menezes (PL) assumiu o comando da Suframa em 2019, e ficou até 2020, quando foi substituído pelo general Algacir Antônio Polsin, que ficou até 2023.
De acordo com Bosco Saraiva, o governo de Bolsonaro prejudicou bastante a Zona Franca de Manaus e o Polo industrial.
“Ele se fechou dentro de uma cerca intransponível da Suframa. Se isolou, sem comunicação com ninguém, disse Bosco.
Conforme Bosco Saraiva, havia programas que tinham cinco anos, passando vários semestres sem entregar.
“Em novembro do ano passado, contratamos uma nova empresa de Software, pois a antiga empresa não entregava”, explicou Bosco.
O superintendente afirmou, ainda, que a autarquia viveu um momento de terror, onde se tinha muito medo de passar informações e de receber informes externos.
“Montamos uma equipe de 70 servidores, incluindo economistas, engenheiros e administradores, com foco em atrair novos investidores”, explicou o superintendente.
Saraiva relembrou na entrevista das medidas adotadas pelo ex-presidente Bolsonaro e da mobilização do ex-ministro da Economia Paulo Guedes, para retirar os benefícios do modelo industrial de Manaus.
“O ex-presidente Bolsonaro editou decretos que zeraram a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos concentrados de bebidas e que reduziram o imposto em até 35% para os produtos fabricados na ZFM”, relembrou Saraiva.
Empregos
A Suframa completa 58 anos nesta sexta-feira, 28. Atualmente, a autarquia emprega 127 mil trabalhadores.
Investimentos
A 318ª Reunião Ordinária do Conselho de Administração da Suframa (CAS) que será realizada na próxima quarta-feira (26), às 11h (horário de Brasília), por videoconferência, terá uma pauta da reunião que inclui a avaliação de 23 projetos industriais e de serviços. Esses investimentos totalizam aproximadamente R$ 672 milhões, com previsão de faturamento de R$ 2,8 bilhões e geração de 638 empregos na região.
O subsetor eletroeletrônico, incluindo bens de informática, conta com nove projetos na pauta, representando R$ 513 milhões em investimentos e a criação de 385 novos empregos. Deste valor, R$ 88,7 milhões serão destinados à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), considerando o terceiro ano projetado.
O encontro marca o início das atividades do Conselho em 2025 e celebra os 58 anos da Zona Franca de Manaus e da Suframa, cuja data oficial de comemoração será na sexta-feira, 28 de fevereiro.
Projetos
A Suframa aprovou, por delegação do CAS, 18 projetos industriais que serão comunicados ao Conselho. Juntos, somam R$ 580 milhões em investimentos e devem gerar 582 novos postos de trabalho. Entre os destaques está o projeto da Adata Electronics Brazil S/A, que prevê a fabricação de circuito integrado eletrônico tipo módulo de memória RAM e unidade de armazenamento SSD. O investimento estimado é de R$ 284 milhões, com geração de 97 empregos e aporte de R$ 44 milhões em PD&I.
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