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Opinião

Quando a idade chega

Os gatos são considerados idosos a partir dos 10 anos, embora alguns já comecem a demonstrar sinais de envelhecimento por volta dos 7 ou 8.

Foto: Divulgação

Outro dia, olhando o Wolverine se espreguiçando na rede com aquele ar de “senhor de tudo”, me dei conta de como o tempo passa. Embora ele ainda tenha muita energia, já não é mais aquele filhote que corria sem parar atrás de bolinhas. E isso me levou a pensar em quantos tutores talvez não saibam que, assim como nós, os gatos também sentem o impacto da idade e precisam de cuidados específicos para envelhecerem com saúde e qualidade de vida.

Os gatos são considerados idosos a partir dos 10 anos, embora alguns já comecem a demonstrar sinais de envelhecimento por volta dos 7 ou 8. Com o passar do tempo, é comum surgirem doenças como insuficiência renal crônica, hipertireoidismo, diabetes mellitus e problemas articulares, como a osteoartrite. Muitos tutores acham que é “normal” o gato dormir mais ou comer menos, mas às vezes, por trás dessas mudanças, há algo que precisa ser investigado. Um simples exame de sangue pode revelar muito sobre a saúde de um gato mais velho.

Aqui em casa, Grey também está ficando mais tranquila, o que me faz redobrar a atenção com a alimentação dela e com o comportamento. Para gatos idosos, é fundamental oferecer uma dieta equilibrada, rica em proteínas de qualidade e adaptada para essa fase da vida. Além disso, manter consultas regulares ao veterinário (pelo menos duas vezes ao ano) é essencial. Nesses check-ups, fazemos exames de rotina que podem detectar precocemente qualquer alteração, e isso faz toda a diferença no tratamento.

Outro ponto que muitos tutores não se dão conta é a importância do ambiente. Gatos idosos podem ter dificuldade de alcançar lugares altos, então é interessante adaptar a casa: colocar rampas ou degraus, manter a caixa de areia de fácil acesso e garantir que a cama seja confortável e em local tranquilo. Aqui, fizemos algumas mudanças sutis para o conforto deles e notei como isso impactou positivamente a rotina.

A Tempestade, a mais nova da turma, ainda é jovem, mas já aprende com os mais velhos. É curioso como a convivência entre eles também ajuda: Wolverine parece mais ativo com a chegada dela, e isso me mostra que estímulos diários, mesmo simples, são ótimos para manter um gato idoso engajado e feliz. Brinquedos interativos, sessões de escovação e momentos de carinho são pequenas atitudes que fazem toda a diferença.

E não posso deixar de falar sobre algo que vejo muito no consultório: muitos gatos idosos apresentam dor crônica e simplesmente se isolam. Como veterinária, insisto sempre que comportamento é comunicação. Se o seu gato passou a se esconder mais, está menos sociável ou parou de subir nos móveis, pode ser que ele esteja sentindo dor. A boa notícia é que temos formas eficazes e seguras de tratar essas condições, promovendo bem-estar.

Cuidar de um gato idoso é um privilégio. É retribuir anos de companheirismo com atenção, carinho e responsabilidade. Cada ruguinha nos bigodes deles conta uma história, e com os cuidados certos, podemos garantir que esses anos sejam vividos com dignidade e conforto. Afinal, eles merecem todo o nosso amor – em todas as fases da vida.

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