O Amazonas avança na qualidade do atendimento de saúde com a descentralização dos soros antivenenos. A iniciativa busca garantir tratamento ágil para vítimas de acidentes com animais peçonhentos, como serpentes e escorpiões, especialmente em regiões distantes.
Importância da descentralização
“Descentralizar a soroterapia é essencial devido à logística do Amazonas. Esse sistema sem dúvidas salvará muitas vidas”, afirmou o governador Wilson Lima.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e da Fundação de Medicina Tropical – Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), desenvolveu o projeto em parceria com o Ministério da Saúde, via Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Capacitação e distribuição de soros
A secretária de Saúde, Nayara Maksoud, ressaltou que a distribuição descentralizada e a capacitação dos profissionais dos sete Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) e 14 polos-base foram decisivas para transformar o projeto piloto em política pública.
“Agora, temos uma política de saúde pública integrada para atender áreas remotas e a população indígena”, afirmou.
Agilidade no atendimento
Segundo a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, a descentralização agiliza o atendimento de saúde no interior. “Essa estratégia garante acesso oportuno ao tratamento, reduzindo complicações decorrentes de picadas de animais peçonhentos”, destacou.
Treinamento de profissionais
O pesquisador da FMT-HVD, Wuelton Marcelo Monteiro, enfatizou a importância dos treinamentos realizados pelo Centro de Pesquisa Clínica em Envenenamento por Animais (Cepclam), do Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema (IPPCB/FMT-HVD). “Os treinamentos melhoraram significativamente o atendimento aos pacientes indígenas vítimas de picadas de serpentes”, afirmou.
Logística e armazenamento
A FVS-RCP, por meio do Programa Acidentes por Animais Peçonhentos, distribui os soros enviados pelo Governo Federal, armazenados em locais estratégicos. “A descentralização só foi possível porque agora há uma rede de frio instalada nas localidades e disponibilidade de soro”, explicou Elder Figueira, do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-RCP.
Impacto nas comunidades
Para Eudes Batista, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) e integrante do DSEI Parintins, a medida atende a uma demanda histórica das comunidades. “Esse clamor vinha das bases. Para nós, essa solução foi uma bênção”, afirmou.
Fase piloto e expansão
Durante a fase piloto (2019-2024), os soros foram distribuídos para os polos-base, garantindo que 84% dos casos atendidos tivessem acesso imediato ao tratamento. “A descentralização dos soros na Amazônia Legal é prioridade do Governo Federal”, destacou Lúcia Montebello, consultora da SVSA, do Ministério da Saúde.
Com essa estratégia consolidada, o Amazonas fortalece seu sistema de saúde, garantindo atendimento mais rápido e eficiente para populações que vivem em áreas isoladas.
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