O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) a imposição de tarifas que ele classifica como “recíprocas” sobre produtos importados de outros países. A medida entrará em vigor em 9 de abril e visa trazer empregos e fábricas de volta ao território americano.
Em um quadro apresentado durante a cerimônia na Casa Branca, o Brasil foi listado com uma tarifa de 10%. “Estamos sendo muito gentis. Vamos cobrar aproximadamente metade daquilo que eles nos cobram. As tarifas não serão completamente recíprocas”, afirmou Trump.
Tarifas e impacto global
Além das tarifas recíprocas, uma taxa linear de 10% será aplicada a todos os países que realizam comércio com os Estados Unidos, com vigência a partir deste sábado (5). Essa é a medida mais agressiva do governo Trump em direção a uma possível guerra comercial global, sendo chamada pelo presidente de “Dia da Libertação”.
Ao todo, cerca de 60 nações serão impactadas com sobretaxas personalizadas. Segundo um representante da Casa Branca, os valores foram calculados com base em metodologias “bem estabelecidas”.
Brasil entre os mais afetados
O Brasil será um dos países mais impactados, especialmente na exportação de aço. Os produtos semiacabados de aço, como blocos e placas, são itens de grande volume exportados pelo Brasil para os EUA. Em 2024, o Brasil figurou entre os três maiores fornecedores de aço para o mercado americano, com vendas de US$ 2,66 bilhões.
O setor automotivo também será afetado, pois Trump anunciou tarifas sobre automóveis importados. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,3 bilhão em autopeças para os EUA.
Reação do Brasil
Diante da incerteza sobre as tarifas, o Senado brasileiro aprovou na última terça-feira (1º) um projeto de lei que permite ao governo retaliar países que imponham barreiras discriminatórias contra produtos brasileiros. A proposta segue para a Câmara dos Deputados e deve ser apreciada ainda nesta semana.
Riscos e alertas de economistas
Apesar do argumento de Trump de que as tarifas trarão indústrias de volta aos EUA, economistas alertam para os riscos inflacionários. Segundo analistas do Deutsche Bank Research, as tarifas já aplicadas elevaram a média tarifária nos EUA para 12%, o maior nível desde a Segunda Guerra Mundial. Com as novas medidas, essa taxa pode subir para 18%, se aproximando dos patamares da Lei Tarifária Smoot-Hawley, que contribuiu para a Grande Depressão na década de 1930.
A tendência é que empresas repassem os custos adicionais aos consumidores, impulsionando a inflação nos EUA e afetando as relações comerciais globais.
(*) Com informações da Folha de S.Paulo
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