A exposição “MIA – Passado, presente e futuros”, do Museu Itinerante da Amazônia, está aberta em Manaus. A partir disso, as obras e ações promovem reflexões sobre os impactos das mudanças climáticas e a urbanização na região. A mostra permanece no Palacete Provincial até o dia 29 de abril, com entrada gratuita.
A iniciativa partiu de uma parceria entre o Laboratório da Cidade, sediado em Belém, e a organização Oca Amazônia, reunindo artistas e pesquisadores da região. Em Manaus, o público pode conferir vídeos, instalações interativas e rodas de conversa que incentivam um olhar crítico sobre os modelos urbanos reproduzidos nas cidades amazônicas.
Mostra propõe novos olhares sobre cidades amazônicas
Um dos destaques da exposição é o vídeo que surgiu de um estudo sobre áreas sem arborização em Belém. A produção está sendo adaptada para cada cidade que recebe o MIA, ampliando o debate sobre o direito à cidade em contextos amazônicos.
“Buscamos entender como a cidade foi construída, como ainda replica modelos europeus que não se adaptam ao nosso clima e como podemos aprender com os povos originários para transformar o futuro urbano da Amazônia”, afirma Jade Jares, gerente de projetos culturais do Laboratório da Cidade e curadora da mostra.
Colaboração une arte, ciência e ancestralidade
A ideia do museu itinerante começou a ser pensada em 2022, durante o Dia da Amazônia, como um museu a céu aberto. Em 2023, ganhou um novo formato, com foco na escuta ativa do público e na interatividade.
Durante a abertura, um bate-papo sobre “COP30 e as cidades amazônicas” conectou a exposição a debates sobre políticas públicas. Para Tatiana Lobão, visitante do Rio de Janeiro, a mostra toca em pontos sensíveis: “Quando andar de bicicleta ou ônibus se torna quase impossível devido ao calor e à falta de infraestrutura, vemos como o planejamento urbano está falhando com as pessoas”, comentou.
Reflexões se intensificam às vésperas da COP30
Segundo Jade, o MIA também busca dialogar com gestores públicos. “Queremos que essa exposição não apenas toque as pessoas, mas que influencie decisões e inspire uma nova forma de viver e pensar a cidade amazônica”, reforça.
Além do conteúdo visual e sensorial, a mostra denuncia situações comuns nos centros urbanos da região, como rios transformados em esgoto e áreas verdes substituídas por asfalto. “Não dá mais para continuar reproduzindo padrões urbanos que ignoram a realidade da Amazônia”, completa Jade.
Exposição segue até 29 de abril no Palacete Provincial
Interessados podem visitar a exposição de segunda a sábado (exceto às quartas-feiras), das 9h às 15h, até 29 de abril, no Palacete Provincial, no Centro de Manaus.
Leia mais:
Mirante Lúcia Almeida recebe projeto de exposição coletiva
LS
Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, acesse nosso canal no WhatsApp. Clique aqui e junte-se a nós! 🚀📱