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Mais de 300 quelônios são soltos no rio Mamuru, em Parintins

Ação comunitária integra o Projeto Pé-de-Pincha, com apoio do Ipaam e instituições parceiras

Foto : Rafael Seixas/Ipaam

No último sábado (12), o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), em parceria com comunidades locais e órgãos estaduais e municipais, participou da soltura de 307 quelônios na comunidade São Pancrácio, no rio Mamuru, município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus). A atividade integra o Projeto Pé-de-Pincha – Manejo e Conservação de Quelônios, coordenado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Projeto Pé-de-Pincha promove conservação há 25 anos

Idealizado pelo professor Paulo Andrade, doutor em Ciências Animais, o Projeto Pé-de-Pincha chegou à sua 7ª soltura na comunidade. Foram liberados 143 tracajás, 105 pitiús e 59 tartarugas, provenientes de ninhos protegidos e monitorados. Os filhotes foram criados em ambiente controlado até atingirem o tamanho ideal para o retorno ao habitat natural.

As espécies soltas são:

  • Podocnemis unifilis (Tracajá)
  • Podocnemis erythrocephala (Tartaruga Irapuca)
  • Podocnemis expansa (Tartaruga-da-Amazônia)

Essas espécies desempenham papel ecológico essencial nos rios da região amazônica.

Engajamento comunitário impulsiona resultados

O diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, destacou os resultados do projeto e o papel dos profissionais envolvidos:

“É um projeto que une ciência, educação ambiental e engajamento comunitário, com resultados concretos na preservação. Quero destacar o trabalho do professor Elton Almeida, que é morador da comunidade e coordena com excelência as ações locais e, também, o professor Paulo Henrique Oliveira, da Ufam, que liderou o projeto em Parintins e Barreirinha com grande dedicação”, afirmou.

Segundo Paulo Andrade, o projeto atua em 126 comunidades, distribuídas em 18 municípios do Amazonas e dois do Pará, e já devolveu cerca de 11,5 milhões de filhotes à natureza.

Ele reforçou ainda:

“As comunidades respondem hoje por 80% das áreas de proteção de quelônios no Amazonas. Essa proteção permite que as populações voltem a crescer. É um trabalho demorado e desafiador, que depende de capacitação e apoio institucional.”

Ipaam oferece suporte técnico e educativo

A coordenadora do Centro Multifuncional do Ipaam em Parintins, Fabiana Campelo, explicou que esta foi a segunda participação do Instituto na soltura de quelônios na comunidade São Pancrácio. Segundo ela, o Ipaam fornece suporte logístico e orientação sobre políticas públicas ambientais:

“A gente traz informações importantes, inclusive sobre a legislação que prevê incentivos para projetos de repovoamento de quelônios, como é o caso do Pé-de-Pincha. Com o tempo, esses projetos podem se consolidar e até permitir transações controladas, trazendo renda às comunidades.”

Distribuição de mudas fortalece educação ambiental

Antes da soltura, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Sedema) de Parintins distribuiu mudas frutíferas e ornamentais. Entre as espécies entregues estavam ingá cipó, acerola, manguinha, laranjeira, cacau, ipê e espada de São Jorge.

Algumas mudas foram plantadas na própria comunidade, com o apoio da Sedema, em atividade educativa que envolveu crianças moradoras da localidade.

Rede de apoio fortalece o projeto

Além do Ipaam, Ufam e Sedema, a ação contou com o apoio de diversas instituições:

  • Instituto Federal do Amazonas (Ifam)
  • Secretaria Municipal de Pecuária, Agricultura e Abastecimento (Sempa)
  • Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável (Idam)
  • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)

Durante o evento, o vereador Marcus Cursino anunciou a destinação de emendas impositivas para fortalecer as atividades do projeto na região.

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