A equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) em Manacapuru, município a 68 quilômetros de Manaus, concluiu no sábado (12) a capacitação de indígenas da etnia Kambeba, da aldeia Tururukari-uka, no curso de Brigada de Incêndio Florestal. O objetivo é fortalecer o combate às queimadas na região metropolitana de Manaus. A comunidade está situada no km 47 da AM-070, rodovia que liga a capital ao interior.
Treinamento integra estratégia estadual contra queimadas
O comandante-geral do CBMAM, Oreliso Muniz, afirmou que a ação faz parte da estratégia do Governo do Amazonas, determinada pelo governador Wilson Lima, de prevenir os incêndios florestais previstos para aumentar a partir de junho, com o início do período crítico.
Técnica correta reduz tempo de resposta no combate
Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Manacapuru, Emerson Silva, os treinamentos ajudam a corrigir práticas inadequadas já utilizadas pelas comunidades.
“Os treinamentos são importantes porque em alguns casos eles podem estar utilizando técnicas erradas e tendo o material certo. E a gente mostrando como é a técnica correta, vai ajudar a minimizar o tempo-resposta no combate ao fogo”, explicou Emerson.
Experiência de 2024 reforça importância do preparo
O presidente da Associação Tururukari-uka, Gelson Silva, relembrou que, em 2024, a comunidade combateu incêndios por 23 dias consecutivos, sem equipamentos de proteção e com base apenas em conhecimentos tradicionais.
“Hoje, a gente se sente grato por receber esse treinamento. E isso nos dá mais técnica de combate ao fogo, porque antes nós não tínhamos. Nós falamos 23 dias brigando com o inimigo número 1, que era o fogo. Para nós foi muito difícil, porque não tínhamos nenhum equipamento, foi apenas na força e na coragem”, disse Gelson.
Curso mescla teoria, prática e saberes tradicionais
A capacitação ocorreu nos dias 7, 8 e 9 de abril, com carga horária de 20 horas. As aulas foram divididas entre teoria e prática. Dezoito indígenas participaram diretamente do curso, e o conhecimento será repassado aos demais membros da comunidade, composta por 58 pessoas de 12 famílias.
Integração entre saber técnico e ancestral é valorizada
O tuxaua da aldeia, Francisco Uruma, destacou que o curso representa um avanço significativo na proteção da aldeia e valorização do conhecimento ancestral.
“Aqui é uma região que tem muita queimada das pessoas que derrubaram as árvores para tirar madeira e, esse ano, nós solicitamos um curso do Corpo de Bombeiros para que pudéssemos ter uma noção de como combater o fogo com todas as técnicas”, afirmou Francisco. Ele também destacou que um dos principais aprendizados foi o cuidado com a segurança individual.
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