O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Estado do Amazonas (Sindarma) propôs medidas para reforçar a segurança e manter as operações nos rios da Amazônia. As propostas incluem a melhoria da infraestrutura aquaviária, a integração entre agentes públicos de segurança e a implantação de novas bases flutuantes.
As ações foram apresentadas pelo presidente do Sindarma, Galdino Alencar, durante palestra no Fórum Permanente de Segurança da Navegação, realizado na semana passada pela Marinha do Brasil, em Manaus.
Uso de tecnologia e escolta privada freiam avanço das quadrilhas
Durante sua apresentação, Galdino Alencar destacou o uso da tecnologia e a contratação de escoltas armadas pelas empresas de transporte, com apoio de distribuidoras, como medidas que têm reduzido a atuação de quadrilhas especializadas em roubos nos rios.
“Por muitos anos a política de segurança do estado não enxergou o que estava acontecendo nos rios e a situação era tão grave que os assaltos aconteciam até no Encontro das Águas. A escolta armada fez toda a diferença e o sucesso das quadrilhas reduziu muito, uma vez que em regiões como no Rio Juruá, onde não há base policial, não foram registrados novos casos de roubos porque as balsas agora contam com a segurança privada”, explicou.
Apesar disso, Alencar reforçou que tentativas de abordagem e trocas de tiros continuam ocorrendo quase diariamente em várias regiões do estado.
Pirataria ameaça vidas, meio ambiente e economia local
Além dos danos financeiros e materiais, Alencar alertou sobre as agressões físicas, ameaças aos tripulantes e os crimes ambientais e sociais associados à pirataria.
“A pirataria traz consigo o crescimento da pesca, garimpo e exploração ilegal de madeira, tráfico de drogas, biopirataria, exploração sexual e até tráfico humano. Se o estado e a sociedade não tomarem uma atitude, vamos perder essa batalha e os rios da Amazônia serão tomados pelas quadrilhas”, alertou.
Crime organizado avança com drones e armamento pesado
Segundo o presidente do Sindarma, os órgãos públicos têm atuado dentro de suas possibilidades, mas o avanço da criminalidade organizada é acelerado. Ele explicou que os piratas utilizam equipamentos modernos, como drones, além de motores potentes e armamentos de alto calibre.
“O Amazonas hoje é território fértil para os piratas e, se não existir uma política ostensiva e permanente de segurança fluvial, o abastecimento dos municípios do interior ficará seriamente comprometido”, concluiu.
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