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Amazonas Energia

Ipem detecta mais irregularidades em medidores e comunitários marcam protestos

Além dos seis medidores de energia com irregularidade encontrados no final de semana, mais 24 foram descobertos nesta segunda-feira (14) pelo Ipem

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – O movimento comunitário promete mais uma manifestação, em Manaus, caso a Amazonas Energia não desista, de uma vez por todas, da instalação de seu novo Sistema de Medição Centralizada (SMC) – até o momento, suspenso pela Justiça.

O posicionamento vem à tona depois que o Instituto de Pesos e Medidas do Estado (Ipem) revelou, na noite de ontem (14), que mais medidores de energia – além dos seis descobertos no final de semana – apresentaram irregularidades, impactando diretamente no valor da fatura.

A afirmação veio de Evaldo Cunha, o ‘Pepety’, líder comunitário do conjunto Renato Souza Pinto 2, bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus, nesta segunda-feira (14).

Pepety ressalta que as lideranças estão levando o problema ao conhecimento da população. “Estamos alertando as comunidades com reuniões todos os dias e preparando as pessoas para ir às ruas, de forma pacífica. Só que vai ser em massa e vamos para a rua. Vai ser muita gente! Para nós, foi comprovado que esse sistema rouba o povo e isso não vai mais ficar em Manaus. Queira ou não queira, Amazonas Energia”, afirma Pepety.

Ainda de acordo com o líder comunitário, as convocações para um grande protesto em Manaus, ainda sem data, acontecem durante as reuniões populares em diferentes bairros da cidade.

Para ele, a cobrança contra a empresa deveria ir além de um ressarcimento financeiro para a população. “Só vamos sossegar quando houver a retirada (do novo sistema). Antes disso, até os antigos contadores já apresentavam adulteração. Fazem delegacia para prender o consumidor quando faz gato em sua casa e pergunto: Por que eles não são presos? Isso é roubo! Não deixam de serem uns ladrões. O povo pagando taxa por cima de taxa e ninguém faz nada”, desabafa.

Repercussão na Aleam

Já a CPI da Energia, que realiza as sessões itinerantes nos bairros de Manaus e no interior do Estado, continua encontrando abusos nas cobranças.

Durante a visita da CPI ao bairro Alvorada, um aposentado, identificado como Izaquiel Alves, de 59 anos de idade, revelou ter sua energia cortada após uma cobrança de R$ 80 mil reais, gerada pela concessionária.

O presidente da CPI da Energia, deputado estadual Sinésio Campos (PT), afirmou que irá lutar na Assembleia Legislativa para que os consumidores inadimplentes, junto à concessionária, não tenham seus nomes encaminhados ao Serasa. 

“Não queremos que as dívidas de energia sejam repassadas aos cartórios, visto que quando há esse repasse, o nome segue para o Serasa. De uma multa pequena, acaba virando algo impagável, pois como o senhor Izaquiel vai pagar uma dívida de R$ 80 mil reais?”, disparou o deputado estadual Sinésio Campos.

Bate e rebate

Por sua vez, a concessionária Amazonas Energia comentou a repercussão do caso, durante entrevista coletiva na tarde desta segunda, afirmando que vai aguardar o laudo dos primeiros seis medidores que apresentaram aumento no dobro na fatura de energia.

Ipem também fiscalizará equipamentos em fevereiro. Foto: Divulgação

O diretor técnico da concessionária, Rodrigo Moreira, disse que, caso haja mais problemas, os valores ao consumidor serão ressarcidos. “Vamos fazer o cálculo do valor a ser devolvido, se ele já pagou é creditado na próxima fatura, se não a fatura é emitida com desconto”, explica.

Ainda de acordo com o diretor técnico, de 1.100 medidores, apenas em seis foram constatados erros no mês de janeiro. Em seguida, o presidente do Ipem, Márcio Brito, se manifestou sobre o assunto.

Segundo ele, em todas as perícias são considerados os padrões do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e que, dos mais de 1.000 fiscalizados somente em janeiro, vários estavam reprovados. Porém, os seis medidores impactavam diretamente na conta do consumidor, com erros de medição.

Fiscalização

Márcio Brito também explicou que, neste novo modelo, o Instituto fiscaliza nas residências e fará uma comparação se eles estão marcando de forma correta. Mais medidores serão avaliados no mês de fevereiro, para um novo resultado parcial.

“Esse caso aparece neste momento, mas já havíamos fiscalizados mais de 25 mil medidores [sistema antigo]. Agora, com esses medidores do novo sistema apresentando esse erro… Concluindo os 21 dias que prevê a legislação, vamos emitir um laudo. Se encontramos, pelo menos, um errado, reprovamos o lote todo”, afirma.

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