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CULTURA AMAZONENSE

Festival de Cirandas de Manacapuru retorna após dois anos, no interior do AM

A 24ª edição ocorrerá nos dias 26, 27 e 28 de agosto

Antonio Lima (visita técnica) e Michael Dantas (Tradicional, Guerreiros Mura e Flor Matizada)/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa

Manacapuru (AM) – O Festival de Cirandas de Manacapuru voltará a ser realizado em 2022. A 24ª edição ocorrerá nos dias 26, 27 e 28 de agosto. O evento é uma festa popular brasileira que ocorre anualmente no município, distante 68 quilômetros de Manaus, e atrai cerca de 50 mil turistas todos os anos.

Com a pandemia, foram dois anos afastados do público presencialmente. As três agremiações de ciranda Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional se preparam o ano inteiro para esse momento, que marca o grande dia de retorno.

De acordo com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o palco das apresentações será a Arena Parque do Ingá.

Programação

A programação do festival reúne apresentações oficiais na arena, shows musicais de atrações regionais e locais, no palco alternativo, montado na Praça de Alimentação, Centro de Manacapuru. O evento no Parque do Ingá terá início às 21h30 e seguirá até 00h.

A expectativa de público para este ano é de 40 mil pessoas, nas três noites de festa.

Cada noite é dedicada a uma ciranda, que tem até 2h30 para apresentar o espetáculo na Arena Parque do Ingá. A programação começará às 21h30 e seguirá meia-noite.

Quem abre o festival, no dia 26 de agosto, é a Ciranda Guerreiros Mura, com o espetáculo “Fé, Ciência e Arte: A Tríade do Vital Equilíbrio”.

Na segunda noite, 27 de agosto, é a vez da Ciranda Tradicional, campeã do último festival, que aconteceu em 2019. Com o tema, “O Dourado”, a agremiação sai em busca do bicampeonato. Encerrando o evento, no dia 28 de agosto, a Ciranda Flor Matizada defende o tema “Bendito Ser”.

Ao final das apresentações das cirandas, o palco alternativo, montado na Praça de Alimentação da cidade, recebe shows regionais e locais, que começarão meia-noite e vão se estendem até as 3h. As atrações, Uendel Pinheiro, Rabo de Vaca e Guto Lima, estão confirmadas nos dias 26, 27 e 28 de agosto, respectivamente.

Expectativas

Cirandas aguardam retorno após dois anos Foto: Divulgação

As três agremiações de ciranda Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional começaram ainda no início deste ano os preparativos para a realização do evento e prometem uma apresentação inesquecível.

Conforme Gaspar Fernandes, diretor cultural da Flor Matizada, a agremiação já tinha um tema pronto e delimitado desde novembro de 2019, mas veio a pandemia e o trabalho ficou suspenso por esse período.

“É um trabalho que traz uma temática relevante e atual. ‘O melhor de nós está de volta’”. Com essa frase, Fernandes, resume a expectativa da agremiação para o XXIV Festival de Cirandas de Manacapuru.

O diretor cultural falou sobre o período de pandemia e sobre a expectativa para retorno.

“Foi muito triste para quem faz arte com paixão como o manacapuruense ficar represado como tivemos que ficar. Nós tivemos as lives e foi o que aliviou um pouco a nossa paixão pela nossa arte. Estamos preparados e com as melhores expectativas de um grande festival com um aporte bem melhor. Isso para nós é de muita alegria, como já tínhamos um trabalho pronto foi muito mais fácil esse retorno de construção desse evento”, destacou.

Ciranda Guerreiros Mura 2017 Foto: Reprodução/Instagram

A Guerreiros Mura também afirmou estar preparada para o retorno do Festival de Cirandas. Caio Geovanne, representante da agremiação, afirmou que o projeto deste ano busca o título.

“Nessa retomada estamos organizando nossa ciranda e colocando nosso projeto em prática. Vamos em busca desse título e de um grandioso espetáculo. Podem esperar guerreiros imponentes, ousados e diferentes”, declarou.

Ciranda Tradicional 2011 Foto: Reprodução Instagram

Já a Ciranda Tradicional afirma que em 2022 aposta bastante em personagens típicos. Magal Pinheiro, presidente da agremiação, disse que a expectativa é para um ótimo resultado este ano.

“Esses dois anos de pandemia foram de superação e aprendizado. Os sócios, cirandeiros, torcedores e simpatizantes podem aguardar uma ciranda competitiva e grande que vem para ganhar títulos”, disse.

História

De acordo com a mestre em história pela UFRJ e produtora cultural, Karollen Lima, a festa fala tanto da história, quanto a história fala da festa, bem como das pessoas que a realizam. Dizem que a celebração da ciranda aconteceu efetivamente na década de 80, mas antes disso já brincavam e celebravam as comemorações nas ruas, nas casas, nas quadras, nos bailes e nos ajuntamentos de pessoas.

A ciranda é oriunda desses movimentos, promovendo a unificação de diversos sujeitos que possuem esse símbolo de comemoração e se devotam em cada detalhe, seja por meio da construção de figurinos ou mesmo da representação de personagens marcantes na história.

“Por meio das músicas e das danças há a expressão das identidades e das ancestralidades, reafirmando a memória dos povos amazônicos. O valor histórico e cultural desse movimento é grandioso por comunicar a herança ancestral e por constituir uma rede de pessoas que se movimentam para a realização do festival, dedicando-se dia a dia para que essa manifestação não se perca em meio ao presente das coisas efêmeras. Além disso, é inegável o impacto da comemoração na economia local e criativa da cidade de Manacapuru”, concluiu Lima.

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