O dinamismo do mundo contemporâneo vem requerendo de cada um de nós habilidades comportamentais capazes de atender ao ritmo frenético de revolução digital e transformações sociais que vivenciamos.
Para além das habilidades técnicas que precisamos apresentar no dia a dia profissional e em um amanhã cujas profissões e conhecimentos específicos exigidos podem mudar bruscamente, nosso diálogo aqui é sobre as habilidades que atendem tanto ao presente quanto ao futuro, decisivamente.
Lifelong Learning
É exatamente porque o presente é cada vez mais instável, volátil e disruptivo e o futuro é incerto e complexo que o aprendizado é um processo inacabado. Lifelong Learning trata-se disto: de abertura ao aprendizado, de necessidade de educação continuada.
Estar atendo à necessidade de atualização e conhecimentos relevantes, é, além de uma atitude diante da vida, uma habilidade que prepara profissionais para lidar com as rápidas transformações tecnológicas, econômicas, sociais e de mercado, favorecendo sua própria competitividade profissional.
Neste contexto, se a adaptação às mudanças é fator determinante para a sobrevivência, o constante aprendizado e desenvolvimento profissional são estratégias cada vez mais determinantes em um mundo globalizado com cenário de competição acirrada e quebra de fronteiras no mundo corporativo, onde o avanço do home office nos coloca em uma disputa mundial em busca de uma boa posição profissional.
E assim como muda o mundo, mudam as formas de aprendizado, que hoje devem ir muito além do formato tradicional, considerando outros ambientes como fonte de conhecimento: filmes, séries e documentários, viagens, network, podcasts, congressos e exposições, cursos de aperfeiçoamento. Quem assimilar a premissa de que “nunca estamos prontos”, certamente se apresentará ao mundo muito mais preparado.
Inteligência Emocional
O conceito de inteligência emocional foi difundido pelo psicólogo Daniel Goleman e está relacionado à capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções, bem como reconhecer, compreender e influenciar as emoções dos outros.
Esta habilidade pode ser cultivada e desenvolvida para entender melhor como as respostas emocionais de um indivíduo afetam seu trabalho e por isto tem ganhado força no meio corporativo por contribuir diretamente para a saúde mental de profissionais e para o equilíbrio nas relações interpessoais que acontecem na empresa.
Muitas são as situações que atuam como influenciadoras de stresse na vida moderna: trânsito caótico, alto custo de vida, mudanças bruscas de temperatura, sobrecarga de trabalho, relações conjugais e familiares fragilizadas, crises econômicas e políticas das mais variadas dimensões e escalas, competitividade acirrada nos ambientes de trabalho, pressões por alcance de metas.
Todas estas realidades agem como estimuladores de tensão, preocupação e conflitos internos e interpessoais, nos fazendo sentir-nos em uma verdadeira guerra, com a constante ideia de uma ameaça potencial. Esta percepção acaba por nos fazer incorrer em um comportamento agressivo, desagregador e autoritário, com constante uso de ameaças, atribuição de culpas, coação e ofensas.
Por tudo isto, urge a necessidade de aprendermos a lidar com as emoções geradas destes episódios, levando em consideração os pensamentos e sentimentos nosso e dos outros e esta é uma habilidade que será mais difícil de ser replicado por IA’s. Esse conjunto de habilidades inclui o desenvolvimento da empatia, a capacidade de enfrentar e superar adversidades, manter a calma e entusiasmo a despeito dos desafios, ter uma visão realista de si e do outro, ter paciência e ser claro e seguro nas suas atitudes.
Comunicação Interpessoal
Quanto mais velozes e intensas são as mudanças, quanto mais a revolução digital invade a nossa rotina profissional, quanto mais os procedimentos de trabalho são alterados, mais determinante é uma comunicação assertiva.
É em todo este contexto moderno, que parece estar cada vez mais fora do nosso controle, que a prática de uma comunicação amistosa e agregadora ganha importância e necessidade. Entende-se como comunicação amistosa e agregadora neste artigo aquela que é gentil, conciliadora, cordial e pautada pela união entre as pessoas, interação e valorização das relações interpessoais e trabalho em equipe. Sendo assim, como ter uma comunicação amistosa e agregadora no dia a dia?
Autoconhecimento: este princípio socrático nos encoraja a considerar a necessidade de entender as fontes de sentimentos, pensamentos e crenças que nos fazem ter reações agressivas para com o outro. Muitas vezes, pequenos ajustes em nossa rotina podem elevar o nosso bem-estar, que por consequência gerará maior equilíbrio emocional: dormir mais cedo, afastar-se do convívio com pessoas desagradáveis e aproveitadoras, alimentar-se de forma mais saudável, evitar o envolvimento em fofocas. Entenda que por trás de toda pessoa agressiva existe alguém que não se percebe, não se avalia e que não lidar com as próprias emoções. E o primeiro passo para aprender a lidar com a próprias emoções é tomar consciência das mesmas e posteriormente dos fatores causadores destas, este feito pode ser realizado através de testes de autodiagnóstico e autodesenvolvimento. Temos mentorias personalizadas sobre este tema.
Escuta Ativa: a sabedoria é adquirida pelos ouvidos e não pela boca, este princípio bíblico no leva a considerar a necessidade de falar menos e ouvir mais. Ao ouvir as pessoas damos a estas o sentimento de importância, ao interromper as pessoas damos a estas o sentimento de indiferença. Como lembra Marshall Rosenberg (2006), “nós dizemos muita coisa” ao escutarmos os sentimentos e necessidade de outras pessoas, além do mais, somente quem se importa com o outro é capaz de estar atento a sinais, muitas vezes imperceptíveis para a maioria, e identificar sentimento de tristeza ou preocupação. Quando somos abordados por alguém que demonstra perceber tais sinais, tendemos a nos conectar a elas. Treinamentos sobre comunicação interpessoal, feedbacks e gestão de conflitos são excelentes instrumentos para desenvolver esta habilidade. Consulte workshops sobre estes temas em nosso contato na bio do instagram.
Antes de julgar os outros, enumere ao menos dez dos seus defeitos: o julgamento é inerente à natureza humana, compõe o nosso processo de aprendizagem e entendimento sobre a vida. A grande questão aqui é evitar o posicionamento como juiz do mundo, colocando-se sempre com dono da “verdade” pois o excesso de julgamento sinaliza intolerância de compaixão, e quase sempre, aquele que julga, desqualifica uns e outros e este comportamento acaba gerando intrigas e animosidade. Conhecer os próprios defeitos através do olhar daqueles com quem convivemos é uma forma muito interessante para esta autoanálise. Experimente perguntar às pessoas dos seus mais variados tipos de relações sobre quais são seus três maiores defeitos. Certamente a percepção de terceiros vai te auxiliar nesta direção.
Por Joziane Mendes – Coordenadora e Docente Universitária. Administradora. Especialista em Gestão de Pessoas. Mentora, palestrante e escritora com expertise em comunicação interpessoal, conflitos,oratória e carreira
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