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relações interpessoais

Evite a evocação de testemunhas. Sustente suas críticas. Esqueça terceiros!

Hábito de evocação de testemunhas na vida de algumas pessoas, por vezes, nem tem intenções depreciativas, outras vezes, sim

Evocar é lembrar, chamar à presença (na imaginação). Refere-se ao ato de fazer com que algo apareça por meio de chamamento. Em nossas relações interpessoais, evocar testemunhas no processo comunicacional significa mencionar nome de terceiros para validar nossos argumentos, posicionamentos e críticas. Este hábito de evocação de testemunhas na vida de algumas pessoas, por vezes, nem tem intenções depreciativas, outras vezes, sim.

Geralmente, o hábito de evocação de testemunhas acontece com mais frequência quando estamos em um diálogo de feedback de críticas e por isto mesmo, devemos evitar este comportamento porque receber críticas, por si só, já é uma situação delicada. Muitos de nós tem um conceito positivo de si próprio. Somos muito tardios para perceber nossas fragilidades e muito ágeis para o autoelogio e visão positiva de si mesmo. Logo, receber críticas, inevitavelmente confronta a ideia que temos de nós mesmos e tem a tendência de gerar mágoas, conflitos e autodefesa.

Logo, ainda que nossa intenção seja unicamente a de corroborar nossos pensamentos, apoiando-nos em pessoas que não estão presentes no diálogo, é necessário considerar que ao evocar testemunhas para reforçar nosso ponto de vista incorremos em alguns riscos:

Há perda de foco do precisa mudar

Quando nesse diálogo há evocação de testemunhas do tipo:

“A imagem que você está gerando frente à equipe não é boa”

“Sua mãe também percebe que você bebe demais”;

“Até a Maria falou que você vive envolvido em fofoca”

“Já recebi vários comentários sobre esta sua atitude até mim”

“Varias pessoas tiveram a mesma percepção de você”

“Não sou só eu que penso assim!”

“Você não imagina o que eu já ouvi falar sobre você!”

Todas essas falas, por mais despretensiosas que sejam, acabam por gerar um forte sentimento de julgamento, desvalorização e depreciação naquele que as recebi. Neste momento, ao invés de a conversa manter o foco no comportamento que precisa ser mudado, há desvio de atenção do receptor para entender quem são todas essas pessoas que andam falando dele pelas costas. Por que fulano, ciclano nunca o procurou para falar a respeito? Por que tanta pessoas que na sua visão são colegas e amigos, andam depreciando sua imagem?

Há risco de que o receptor tome satisfações com os terceiros mencionados

Outra consequência possível, é que este receptor vá tomar satisfações com essas testemunhas evocadas durante o feedback “construtivo”. Essa possibilidade gera conflitos e desarmonia entre os membros do grupo, sejam eles familiares ou profissionais. Mas, ainda que não haja essa tomada de satisfação, as relações entre os envolvidos ficam fragilizadas e isso interfere no clima das relações. Portanto, sustente suas críticas. Esqueça terceiros!

Por Joziane Mendes

Coordenadora e Docente Universitária. Administradora. Especialista em Gestão de Pessoas com expertise em Comunicação, conflitos, oratória e carreira. Palestrante, professora e mentora em comunicação interpessoal, conflitos e gestão de carreira.

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