Teve fim em Manaus, no último domingo, dia 02 de outubro, vitimado por falência múltipla dos órgãos, após prolongada agonia e pertinaz resistência, a agremiação política conhecida pelo nome de amazonismo. O desempenho vitorioso do PT e PL em âmbito nacional devem provocar alterações marcantes no quadro político do País. E isso não porque esses partidos possam crescer em ritmo continuado e progressivo, vindo a dominar o cenário nacional nos próximos anos.
Esta doce ilusão que embala os sonhos de um Bolsonaro talvez não se concretize. Em compensação, uma coisa é certa – o sucesso do PT e PL em tão larga escala devem produzir reações na vida política e no seio da sociedade, atuando como um choque salutar que desperte o governo e nossa própria coletividade do marasmo e do imobilismo em que estamos mergulhados até o pescoço, incluindo aí os Estados como o nosso por exemplo.
O impacto eleitoral decadente do PSDB assusta (assusta até os próprios tucanos) e o susto veio em hora certa, para gerar reações que possam neutralizar os ganhos da oposição e reequilibrar o jogo de forças até 2024.
Amazonino Mendes
Amazonino Mendes ocupará o posto que já tem reservado ao lado de Garotinho, Romero Jucá, Collor, Álvaro Dias, e aqui de Belarmino Lins, Praciano, José Melo, Alfredo Nascimento, representantes de uma ideologia anacrônica e de uma prática política caduca.
Amazonino Mendes foi um ganhador, que até em seu derradeiro suspiro político, encontrando forças para agradecer a boa fé dos amazonenses. Sua personalidade ilustra bem a tese de Octavio Paz que vale para toda a América Latina: “Movimentamo-nos dentro da mentira com naturalidade.”
O maior inimigo de Amazonino não é o PT, nem o PSDB, nem os homens de bem deste Estado. O maior inimigo dele é o tempo. Como é sabido, os aviões têm idade-limite para voar pelo desgaste natural dos metais de que se compõe sua fuselagem. É o que se chama de fadiga dos metais. Tanto tempo na vida pública, que chega a ter inapetência, e carência de aptidão nas relações da administração do quotidiano da vida política, que não é exagero afirmar que também ele está a padecer do mesmo mal.
De qualquer modo, Amazonino ficará na história, como ficou Gilberto Mestrinho, deu sua contribuição, mas a idade não lhe permite mais a viçosidade e a capacidade de gerir um Estado tão cheio de problemas, fez a sua parte em várias oportunidades, nunca ninguém governou esse Estado tantas vezes, sendo Prefeito e Senador, mas chega uma hora, que como Pelé fez, tem que parar, perdeu todas as ultimas eleições, como disse, ficará na história. Sem dúvida foi uma lenda para o Estado e para o país.
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