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Economia Sustentável

Mercado de veículos elétricos está em crescimento no AM

Empresários locais mostram os retornos positivos do investimento na geração de energia sustentável

A economia a médio prazo, a crescente no preço de combustíveis fósseis e o incentivo à sustentabilidade, tem transformado os carros elétricos em um investimento cada vez mais atrativo no mercado. Empresários do ramo e especialistas comentam sobre os benefícios e previsões de prosperidade para 2023.

Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), foram emplacados 49.245 veículos em 2022, um crescimento de 41% na comparação com o ano anterior (34.990). No último mês do ano, 5.587 emplacamentos foram feitos, valor superado somente por setembro de 2022 (6.391). Atualmente, a frota circulante de veículos eletrificados no país é de 126.504 unidades, incluindo automóveis e comerciais leves híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e totalmente elétricos (BEV).

A economista Michele Aracaty, acredita no potencial econômico do mercado de veículos elétricos no Brasil e no Amazonas.

“É um segmento que une sustentabilidade, tecnologia, autonomia e mobilidade urbana, tudo o que o Brasil bem como o Amazonas necessita. Inclusive, espera-se um crescimento de 30% no mercado brasileiro para o ano de 2023. Recentemente, o Amazonas foi o estado brasileiro com maior alavancagem de vendas de veículos elétricos, com 451 unidades à frente do estado do Pará, regionalmente comparando”, afirma.

O empresário da HardEV Mobilidade Elétrica, John Briceño, empresa vendedora de carros elétricos no Amazonas, surgiu em 2018 com a visão de sustentabilidade. John explica a rentabilidade do produto que vende, e o quanto pode ser econômico.

“É um veículo que não tem custo com manutenção de bico, velas, filtros, óleos, não tem uma manutenção eventual de três em três meses ou de 6 em 6 meses que geralmente um carro a combustão tem. A manutenção desse veículo é alinhamento, balanceamento e carga de energia, e sua bateria dura 10 anos. Então você tem um carro de energia limpa, durável e sustentável, sem nenhuma emissão de CO2”, explica.

Empresário da HardEV Mobilidade Elétrica, John Briceño

Um dos fatores apontados como negativo por Michele na aquisição de eletromotores é seu custo, que até 2021, o valor inicial partia de R$ 140 mil. John aponta mudança nesse cenário.

“Hoje você tem elétricos valendo R$ 50 mil reais. Com esse valor, você tem uma autonomia de 100 km, e geralmente é um veículo de pequeno porte. Vou dar o exemplo da minha esposa, todos os dias ela só vai para o trabalho e volta, não gasta menos que 25 a 30 km. Então este seria o carro ideal para ela. Se você for ver um Onix, que é um carro pequeno, ele está em torno de quase R$ 100.000. Além desse valor, você tem que botar combustível todos os dias, fazer as manutenções, coisa que o veículo elétrico não tem. A vantagem é você tirar esses custos, quitar seu veículo, e depois ser feliz com a economia”, afirma.

Briceno também comenta sobre seu investimento em postos de recarga, que trabalham à base de energia solar, uma energia totalmente renovável e econômica.

“Esse ano ainda temos o projeto de instalar uma estação de carregamento em Manacapuru, em Iranduba, outra em Presidente Figueiredo e uma em Itacoatiara. São os perímetros rodoviários mais próximos, é justamente para incentivar as pessoas, para que elas saibam que tem uma estação, e que elas podem comprar um veículo elétrico, fazer esse deslocamento a longa distância e ter onde carregar o seu veículo de forma gratuita”, frisa.

Empresa Hardsol Energia Solar

O representante comercial da JCS Energia Solar, Adriano Barbosa, no mercado desde 2011, diz que a popularização das energias limpas e renováveis precisam ser aumentadas.

“O que ainda falta é as pessoas se conscientizarem da economia que terão. Por exemplo, você paga hoje R$ 500 reais de energia. Nós implantamos o sistema na sua casa, e depois você só paga a taxa de energia pública, entre R$ 40 R$ 60 reais, usando a mesma quantidade de energia que você usava antes”, afirma.

Iniciativa pública

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), sinalizou em agosto de 2021, o interesse na aquisição de ônibus elétricos.

“É uma realidade que vamos implantar na nossa cidade, uma inovação com maior conforto, tudo para melhorar o sistema de transporte coletivo da cidade”, relatou à época.

Para a economista, o movimento da economia sustentável vem gerando diversas iniciativas pelo poder público. “No ano passado, tivemos aprovação do PL 6020/2019 que criou uma política de incentivo tributário para incentivar o desenvolvimento da mobilidade elétrica no País. Regionalmente falando, poderíamos criar um apelo ambiental para o uso de veículos elétricos, dado que estamos na maior floresta tropical do planeta. Seria interessante que todos os estados da região se unissem para buscar um parâmetro regional de apelo ambiental para incentivar o uso de veículos não poluentes”, relata.

Com os incentivos e acenos positivos do Governo do Estado, prefeitura e Governo Federal, o empresário da HardEV Mobilidade Elétrica, aponta ao futuro com positividade em relação ao mercado sustentável automobilístico.

“A tendência é que o Brasil consiga avançar, crescer mais, e que a gente elimine todas as termelétricas do Brasil, ainda utilize a hidrelétrica, que hoje é a maior fatia de geração de energia, mas que a gente acabe extinguindo realmente a poluição através dos combustíveis”, completa.

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Comentários:

  1. Matéria muito boa, só esqueceram dos micro modais elétricos que cresce 3 vezes mais do que as outras modalidades, e são muito mais necessários

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