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Manaus em chamas: Uma crise ambiental e de saúde pública

A cidade, conhecida por sua exuberante floresta tropical, enfrenta agora um cenário desolador com o aumento das temperaturas e uma onda de queimadas devastadoras

Swammy Mitozo – Médico Oftalmologista e gerontologo. Pesquisador da FUnATi

Manaus, a vibrante capital da Amazônia, está vivenciando uma das maiores crises ambientais e de saúde pública de sua história. A cidade, conhecida por sua exuberante floresta tropical e rica biodiversidade, enfrenta agora um cenário desolador: o aumento drástico das temperaturas e uma onda de queimadas devastadoras.

Em 2023, impulsionado pelo fenômeno climático El Niño, Manaus registrou temperaturas recordes, alcançando marcas históricas de até 40 °C. Esta elevação de temperatura, que não se via há mais de um século, está diretamente ligada a uma seca sem precedentes na região. O Rio Negro, uma das principais artérias de água da cidade, atingiu seu menor nível em 121 anos, afetando drasticamente a navegação e a economia local, especialmente a Zona Franca de Manaus, um dos principais motores econômicos da região.

Além dos impactos econômicos, a saúde pública da cidade está em jogo. As queimadas, que atingiram números recordes em outubro, emitiram enormes quantidades de fumaça, deteriorando a qualidade do ar e colocando a saúde dos moradores em risco. Problemas respiratórios, oculares, dores de cabeça e vômitos tornaram-se ocorrências comuns entre a população, especialmente entre os mais vulneráveis, como idosos e crianças.

As queimadas, muitas iniciadas ilegalmente por agropecuaristas para limpeza de terras, não só prejudicam a qualidade do ar, mas também contribuem para a destruição do habitat natural da região, ameaçando a biodiversidade e acelerando o processo de mudança climática. O desmatamento, impulsionado por práticas agrícolas e madeireiras insustentáveis, agrava ainda mais a situação, deixando a floresta Amazônica, um dos maiores sumidouros de carbono do mundo, em um estado vulnerável.

Diante dessa crise, as autoridades locais e nacionais têm enfrentado críticas pela falta de ações efetivas para combater as causas e os efeitos dessas mudanças climáticas. A situação de Manaus é um microcosmo do que está acontecendo em muitas partes do mundo: um equilíbrio delicado entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental, que, se não for gerido de forma sustentável, pode ter consequências catastróficas.

A crise em Manaus é um claro exemplo da necessidade urgente de ações globais em prol do meio ambiente. É um lembrete de que as mudanças climáticas são uma realidade iminente, exigindo esforços coordenados em níveis local, nacional e global. Políticas de proteção ambiental mais rigorosas, conscientização pública sobre práticas sustentáveis e investimentos em tecnologias verdes são passos cruciais para mitigar os efeitos dessa crise e garantir um futuro mais saudável e sustentável para a região e para o planeta.

Manaus em chamas não é apenas uma crise local; é um sinal de alerta para nossa sociedade. A forma como respondemos a essa crise definirá nosso compromisso com a preservação e com a saúde e bem-estar de nossa população. É uma luta que requer a união de governos, empresas, comunidades e indivíduos em uma causa comum: a proteção da nossa casa, a amazônia.

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