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Campanha ‘Janeiro Roxo’ reforça combate e busca diagnóstico precoce da hanseníase

Manaus teve, no ano passado, uma incidência de 4,78 casos a cada 100 mil habitantes, sendo que 15% dos novos casos tiveram a doença identificada já na fase mais avançada

Campanha foi iniciada em no início do mês. Foto: Divulgação

Manaus (AM) – A campanha “Janeiro Roxo” busca conscientizar sobre a hanseníase e seus sintomas, e combater o preconceito em torno da doença. Nesta terça-feira (9), a Prefeitura de Manaus realizou a abertura oficial da ação na Clínica da Família Carmen Nicolau, localizada na Zona Norte da capital, com a presença de gestores da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), representantes de organizações da sociedade civil parceiras da ação, além de lideranças indígenas e comunitárias. 

Na rede básica, a programação da campanha teve início no começo do mês e inclui a intensificação de exames dermatológicos e da busca ativa de casos nas unidades de saúde da Semsa Manaus, bem como ações de orientação e educação em saúde voltadas aos usuários, incluindo palestras, rodas de conversa e distribuição de material informativo sobre hanseníase. 

Durante a abertura, o subsecretário de Gestão da Saúde da Semsa, Djalma Coelho, reforçou a importância do diagnóstico precoce, apontando que Manaus teve, no ano passado, uma incidência de 4,78 casos a cada 100 mil habitantes, sendo que 15% dos novos casos tiveram a doença identificada já na fase mais avançada, com comprometimento da capacidade física. 

“Ideal é que as pessoas com a doença tenham o diagnóstico precoce, pois isso evita que a pessoa tenha sequelas e ainda quebra a cadeia de contaminação”, pontuou o subsecretário, que orienta a população a atentar aos sinais da doença, que incluem manchas na pele com alteração de sensibilidade, perda de força nos membros, entre outras. “Não é porque uma mancha não dói que não se deve buscar ajuda, procure uma unidade básica o quanto antes”. 

Para a técnica do Núcleo de Controle da Hanseníase, Eunice Jacome, o “Janeiro Roxo” é uma oportunidade para afastar o preconceito e o estigma que marcam a hanseníase, reforçando que a doença hoje tem cura, sendo o tratamento ofertado de forma gratuita na rede pública de saúde. 

“Não estamos mais na época em que as pessoas tinham de se isolar ou esconder, hoje temos a ciência a nosso favor. Precisamos hoje da parceria da população para superar a negação, aceitar o diagnóstico e realizar o tratamento até o fim”, afirma. 

Parcerias 

A abertura contou ainda com a participação de Valderiza Pedrosa, coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase e epidemiologista da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), uma das parceiras da Semsa no “Janeiro Roxo”. Ela ressaltou a importância da parceria dos órgãos públicos e entidades da sociedade civil para sensibilizar a população acerca da hanseníase, reforçando ainda que o combate à doença não se resume ao mês de janeiro. 

“A busca de casos e o diagnóstico precoce são o ano inteiro. Manaus avançou muito na descentralização das ações, e isso é fundamental, oferecer o serviço mais próximo de onde a pessoa mora”, destacou a epidemiologista. Ela também pontuou a importância da disseminação de conhecimento sobre a doença. “Quanto mais a gente informar a população e os profissionais de saúde, mais estaremos esclarecendo e acabando com a discriminação e preconceito”. 

Também presente na abertura, o diretor-presidente da Fuham, Carlos Chirano, reforçou que o Amazonas avançou bastante no controle da hanseníase, sendo hoje o 17º estado em detecção de casos, tendo no passado chegando a ocupar o primeiro lugar no país. 

Participaram da cerimônia também a representante do Movimento de Reintegração dos Acometidos pela Hanseníase (Morhan), Lucilene Pontes, e o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Manaus (CMS), conselheiro Elson Melo, além de líderes indígenas das etnias Kokama e Tukano, e comunitários.

Mobilização 

Como parte da agenda do “Janeiro Roxo”, a Semsa Manaus promove, desde o início do mês, o reforço da busca ativa de casos, com a oferta de exames dermatológicos, consultas médicas e atendimentos de enfermagem nas unidades de saúde. As atividades incluem ainda visitas domiciliares e aplicação de questionários de suspeição de hanseníase (QSH), em localidades com maior incidência de casos. 

As unidades da rede básica também vêm promovendo ações de sensibilização e informação para os usuários, como palestras, rodas de conversa e distribuição de material informativo, enfocando os sinais, sintomas e tratamento da hanseníase. 

A campanha, realizada em parceria com a Fuham, CMS/Manaus e Mohran, terá encerramento no dia 31 deste mês, com uma caminhada no bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste. 

Doença 

Em Manaus, conforme dados parciais da Semsa Manaus relativos ao ano de 2023, foram detectados 105 casos novos de hanseníase, dos quais 18 foram identificados em grau 2 de incapacidade física. 

Doença milenar que até hoje representa um desafio para a saúde pública, a hanseníase é uma infecção crônica, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae) e conhecida por afetar a pele e os nervos. Os sintomas, que iniciam de 2 a 7 anos após a contaminação, incluem manchas na pele, em geral com alteração de sensibilidade; redução da força muscular; dores nas articulações; entre outros.

*Com informações da assessoria

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