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Opinião

Uma Personalidade Chamada Tom de Voz

O tom de voz é a personalidade que uma pessoa expressa em suas comunicações.

No ambiente corporativo é inegável que palavras, gestos e expressões faciais desempenham um papel ainda mais significativo. Sua influência é tão relevante que há quem diga que tudo pode ser dito, dependendo da forma, ou que não é o conteúdo e sim a maneira como se fala que muda tudo. É nesta perspectiva que o tom de voz pode ser um aliado desencadeador de conflitos ou de pacificação.

O tom de voz é a personalidade que uma pessoa expressa em suas comunicações. Pode ser compreendido como a variabilidade usada em sua voz e é o que traz agressividade ou empatia às palavras. O tom revela muito além das palavras. O que comunicamos vai muito além das palavras: elogio, crítica, ameaça, indiferença, alegria, pressa. O tom de voz revela emoções, sentimentos, percepções e níveis de energia.

Veja, não é suficiente dizer seja bem-vindo, é necessário o tom de entusiasmo e alegria para dar sentido ao que está sendo expresso em palavras. Mas, é possível dizer seja bem-vindo em um tom tão sarcástico que o interlocutor compreenda imediatamente que o outro não o quer ali. Assim como é possível repreender o comportamento de um empregado “eu preciso que você cumpra com o horário de trabalho e elimine suas ausências não justificadas” usando um tom de voz de orientação ou ameaça. As palavras não mudam em ambas as possibilidades, o tom, sim. Por todas estas razões, alguns hábitos na fala precisam ser corrigidos para construirmos uma comunicação com tom de voz mais agregador:

Falar no imperativo de forma recorrente – o modo imperativo é um dos modos verbais de conjugação da língua portuguesa e expressa a intenção de que seu interlocutor realize uma ação, em tom de ordem. Faça, pegue, traga, corrija, a depender do tom, são comandos que não soam bem. A deselegância acontece quando tais ordens são empregadas sem o uso de palavras complementares de gentileza. Dizer “faça o relatório e me entregue daqui a dois dias” soa diferente de dizer “eu preciso que faça o relatório e me entregue daqui a dois dias”. A primeira revela a ideia de mando e segunda a ideia de pedido, de solicitação de ajuda. Pedido e ordem são recebidos de formas muito diferentes.

Falar em volume alto demais – a intensidade da voz em volume alto emprega agressividade e indelicadeza de maneira espontânea, muitas vezes trazendo a ideia de bronca e irritabilidade. A impressão que temos é que aquele que fala alto demais está sempre irritado e dando bronca em todos à sua volta. Grite a razão o abandonará completamente.

Falar em volume baixo demais – por sua vez, falar com intensidade de voz muito baixa sugere falta de segurança e traz a ideia de timidez, além de induzir ao tédio em se tratando de apresentações para grande público. Certamente, muitos de nós já percebemos professores e aulas cuja abordagem e volume de voz baixo despertava o cansaço e a monotonia.

Falar em velocidade lenta demais –falar em ritmo lento tem o mesmo efeito de falar em tom de voz muito baixo, e além de gerar monotonia, dispersa a atenção pela incapacidade de atrair a concentração dos ouvintes.

Falar em velocidade rápida demais – além de dificultar a assimilação da mensagem, muitas vezes requerendo que a mesma seja repetida, reiteradas vezes, falar em ritmo veloz demais passa a ideia de arrogância pois aquele que assim age deduz que todos são obrigados a compreender de pronto o que acabou de ser “vomitado”.

Todos sabemos o quanto o uso de tom respeitoso, cortês, animado e envolvente promove a harmonia no ambiente de trabalho e relações interpessoais, enquanto um tom rude, monótono, ou agressivo pode piorar relacionamentos e criar conflitos. Por tudo isto, defendo o uso da cordialidade e gentileza no tom de nossos diálogos e interações tanto nos contextos corporativos, familiares, quanto entre amigos e estranhos. Um tom amigável e pacificador torna as relações mais integradoras e o diálogo mais produtivo é caminho fértil para que a mensagem encontre repouso e adesão.

Por Joziane Mendes

Coordenadora e Docente Universitária na FAMETRO. Administradora. Especialista em Gestão de Pessoas com expertise em Comunicação, conflitos,oratória e carreira.

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