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Nove a cada 10 brasileiros pretendem mudar de emprego, mostra pesquisa

Concursos públicos têm aparecido como alternativa aos problemas citados pelos respondentes do estudo

Noventa por cento dos brasileiros entrevistados em uma pesquisa realizada pela InfoJobs, em 2023, revelaram que trocariam o emprego atual. Os participantes do levantamento responderam que as situações que incomodam no trabalho são muitas, como o clima organizacional ruim, o salário baixo, uma liderança tóxica e o mais citado: a falta de oportunidades de crescimento.

Outra pesquisa, feita pela escola de negócios FIA Employee Experience, no mesmo ano, também destaca a estagnação dos desafios propostos e do crescimento profissional dentro das empresas como a principal razão pela qual funcionários abandonam o negócio em curto prazo. Nesse outro estudo são citados também fatores como mudanças na vida pessoal e a falta de benefícios atrativos acrescidos ao salário.

A falta de oportunidade de crescimento aponta que os trabalhadores não sentem que as empresas os ajudarão a chegar onde desejam, ou seja, uma diferença entre os valores e as ambições pessoais e as condições oferecidas pelo local de trabalho.

Essa necessidade de uma valorização em relação a posições na empresa e a salários mostra quanto o trabalhador não quer ser mais um número na lista de funcionários da organização. Quer ser posicionado como uma peça fundamental, e não mais uma engrenagem.

A CEO da InfoJobs, Ana Paula Prado, ao analisar os dados, afirmou que as pessoas estão buscando oportunidades que tenham uma cultura organizacional mais alinhada com os valores profissionais desejados.  As empresas, no entanto, não parecem estar atendendo a essas perspectivas.

Mais da metade dos respondentes da pesquisa, 53,68%, afirmou que as companhias não estão preocupadas em satisfazer os colaboradores. Essa percepção pode causar desilusão e frustração, já que funcionários de algumas delas passam mais tempo dando atenção a questões de trabalho do que cuidando de problemas pessoais.

Fuga de talentos

Diante desse cenário, mesmo que os funcionários não estejam procurando ativamente por um novo emprego, assim que surgem novas oportunidades, os colaboradores estão dispostos a tentar a sorte com propostas que parecem atraentes. Isso provoca uma situação nas empresas chamada de fuga de talentos, que representa a dificuldade em manter colaboradores.

Quase o total de entrevistados pela InfoJobs, 93,54%, acredita que a satisfação no trabalho é fundamental para que talentos sejam retidos. Essa retenção costuma ser vista como um desafio do RH, departamento responsável por práticas voltadas para gerar sensação de pertencimento entre os colaboradores.

Os entrevistados, no entanto, revelaram a liderança tóxica como um dos principais problemas, ou seja, as demais chefias da equipe não têm se esforçado para uma cultura organizacional saudável. Esse tipo de liderança é definido como aquele que se comunica de forma autoritária, não age de maneira transparente e pode chegar a praticar assédio moral.

Isso pode resultar em piora na saúde mental dos funcionários, no uso de medicação para lidar com as dificuldades e em afastamento por doenças como a síndrome de burnout.

Mudando o foco

A desilusão com a cultura organizacional, com as lideranças e falta de um plano de carreira pode levar à procura de novos rumos, que ofereçam maior segurança em relação ao futuro e que não dependam de agradar líderes de humor instável. Um patrão que proporciona algumas dessas seguranças, além de benefícios como plano de saúde, é o Estado.

Os chamados “concurseiros” são as pessoas que enxergam essa oportunidade como uma melhoria de vida e dedicam o tempo a participar de concursos públicos dentro e fora do Estado. Alguns desses processos seletivos são para cargos estaduais, como das secretarias estaduais e da Polícia Civil, ou para cargos municipais, ligados às prefeituras, e outros para órgãos federais, como concurso da Polícia Federal, e para os ministérios.

Os salários para esses selecionados é sempre um ponto de partida que pode ser acrescido de gratificações ao longo da carreira, além de esse trabalho apresentar o benefício da estabilidade, fazendo com que as lideranças tóxicas não exerçam total autoridade sobre funcionários. 

*Com informações da assessoria

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