O ano de 2024 terminou com a inflação acima do limite máximo da meta estipulada pelo Governo Federal. O aumento do preço dos alimentos, clima e alta do dólar são apontados como os principais fatores que influenciaram a inflação oficial. No Amazonas, esses fatores influenciaram ainda mais o cenário local e colocaram Manaus entre as capitais com alimentos mais caros do país.
Um levantamento feito pela plataforma Cesta de Consumo Neogrid & FGVIbre, revelou que a capital amazonense é a campeã de inflação de alimentos básicos entre oito das principais capitais do Brasil. Enquanto Manaus registrava aumento de 27,7% na cesta, São Paulo aparece na vice-liderança, com 22,9%. Salvador ocupa a terceira posição com 19,8%.
Ao mesmo tempo, em que sul do país enfrentava alagamentos, a capital amazonense sofria com a seca histórica que chegou a níveis alarmantes em todo o Amazonas. Uma vez que mais de 80% dos alimentos consumidos no Amazonas vêm de outros estados, segundo o Sindicato dos Feirantes do Estado do Amazonas (Sindifeiras-AM), o transporte de alimentos para Manaus tornou-se mais escasso, o que encareceu os produtos.
“Alguns produtos têm aumento nos seus processos produtivos e chegam mais caros nas prateleiras. O Amazonas, por depender dos produtos que vem de fora, sente ainda mais, devido aos custos de logísticas. Portanto, ao longo do ano, outros produtos poderão ficar mais caros e alguns mais em conta devido à sazonalidade, ou seja, oferta maior ou menor”, explicou o economista José Altamir Cordeiro.
Esses reflexos foram vistos no valor da cesta básica em Manaus, que chegou a R$ 814,28 em outubro. Nesta época, a capital amazonense tinha era a quarta capital com a cesta básica mais cara do país.
Preocupação
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (10), que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano em 4,83%, superando o teto da meta e inflação, de 4,5%. A maior pressão de alta de preços em 2024 veio do grupo alimentos e bebidas, que subiu 7,69%, o que representa um impacto de 1,63 pontos percentuais (p.p.) no IPCA.
A alta também reflete no poder de compra das famílias em situação de vulnerabilidade social, que são igualmente afetadas.
“Os aumentos nos alimentos e bebidas, impactam mais a população de baixa renda, que tem mais dificuldades de substituição de produtos. São mais vulneráveis. Desta forma, a parcela que eles gastam com alimentação, compromete ainda mais o seu orçamento, dificultando outras despesas como habitação, vestuário e lazer”, enfatizou José Altamir.
Com a disparada de valores, o especialista destaca o que pode ser feito para baratear o preço das cestas básicas na capital amazonense.
“A cesta básica em Manaus é mais cara devido à falta de produção local e somos dependentes dos produtos de fora da região, que sofrem com os custos de frete e custos operacionais. A esperança de valores menores será na isenção dos produtos da cesta básica. No entanto, será necessária uma fiscalização mais apurada, se as empresas de fato estão desonerando os custos tributários dos produtos nas prateleiras dos supermercados. Pesquisar os preços será sempre a dica melhor para os consumidores”, finalizou o profissional.
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