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gatos de rua

O resgate da Tempestade

É incrível como a vida de um gato pode mudar de uma semana pra a outra.

Essa semana, durante uma volta de rotina pelo bairro, me deparei com um cenário comum, mas que sempre mexe comigo: uma gata magrinha, de olhar assustado, espiando debaixo de um carro. Chamei, fiz um som para atrair sua atenção, e, após alguns minutos de paciência, consegui que ela se aproximasse.

Era claro que essa pequena, que depois batizei de Tempestade, já tinha passado por poucas e boas. Minha missão estava traçada: resgatar, cuidar e dar a ela uma segunda chance.

O resgate da Tempestade não foi fácil. Gatos de rua são desconfiados, e é necessário ter paciência para ganhar a confiança deles. Usei uma estratégia que sempre recomendo: comida e calma. Deixei petiscos perto dela, afastando-me devagar até que ela se sentisse segura para comer.

Em pouco tempo, consegui colocá-la em uma caixa de transporte e levá-la para casa. No caminho, pensava em como seria apresentá-la à Grey e ao Wolverine, meus dois gatos, que já formam uma dupla inseparável.

Durante esse processo, ficou claro o quanto os cuidados básicos são cruciais. Após o resgate, a Tempestade passou por uma avaliação veterinária completa lá na minha clínica. Fiz exames para descartar doenças infecciosas, atualizei a vacinação e iniciei o controle de parasitas.

Esses passos garantem que o novo integrante chegue saudável e também protege os gatos que já vivem na casa. É um cuidado que nunca deve ser negligenciado, e falo isso tanto como veterinária quanto como tutora.

Assim que chegamos lá da USFel, a adaptação começou. No início, deixei a Tempestade em um cômodo separado, com tudo que ela precisava: comida, água, caixa de areia e uma caminha confortável. Esse período é essencial para garantir a segurança de todos os gatos e evitar conflitos.

Aos poucos, deixei que ela conhecesse o espaço e sentisse o cheiro dos outros dois, sempre com supervisão. Grey, com sua curiosidade nata, foi a primeira a aceitar a nova integrante. Wolverine, mais reservado, precisou de um pouco mais de tempo, mas, com paciência e reforço positivo, o trio começou a se formar.

Além disso, tive que trabalhar na confiança da Tempestade. Gatos resgatados muitas vezes carregam traumas e precisam de tempo para se sentirem seguros. Usei brinquedos interativos, palavras calmas e bastante paciência para ajudá-la a se adaptar ao ambiente e às novas rotinas. Hoje, ao vê-la dormir tranquila na janela ou brincar com a Grey, fico emocionada por saber que conseguimos transformar a vida dela.

O que aprendi com essa experiência, e com tantos outros resgates ao longo da minha carreira, é que cada gato tem seu ritmo. Não existe um único jeito de fazer uma adaptação ou ganhar a confiança deles. Mas uma coisa é certa: com amor, paciência e dedicação, é possível dar a esses animais uma nova chance de felicidade. Resgatar é um ato de amor que, embora desafiador, traz recompensas imensuráveis.

Se você está pensando em resgatar um gato, lembre-se de agir com responsabilidade. Ofereça cuidados adequados, garanta a saúde dele e não tenha pressa. E, se precisar de orientação, estarei sempre aqui para ajudar. A vida de um gato pode mudar com pequenos gestos, e o impacto que eles têm na nossa vida é igualmente transformador.

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