O transporte alternativo em Manaus, popularmente conhecido como “Amarelinhos”, representa uma realidade para milhares de trabalhadores e moradores das áreas mais afastadas da cidade. Recente operação da Prefeitura, realizada por meio do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), escancara um problema que vai além das autuações ou da simples verificação de irregularidades: a precariedade estrutural e a falta de uma política pública efetiva para o transporte coletivo.
Apenas fiscalização não resolve o problema
A fiscalização, embora necessária para garantir a segurança e a regularidade, não resolve o problema central. Veículos com pneus desgastados, cadeiras quebradas e motoristas inadequados são sintomas de um sistema caótico, que há anos funciona como paliativo à ineficiência do transporte público convencional. A ação pontual de motoristas autônomos e condições operacionais básicas não ataca a raiz do problema: a ausência de investimento em um sistema de transporte integrado, acessível e seguro.
Os “Amarelinhos” surgiram como uma alternativa em áreas onde o transporte público regular não atende com eficiência. No entanto, a sua expansão desordenada, associada à falta de fiscalização consistente ao longo do tempo, criou um cenário onde a população fica refém de um serviço que oscila entre a necessidade de utilizar e o risco de se expor ao perigo que representa.
É preciso lembrar que a responsabilidade pela segurança e qualidade do transporte vai além da fiscalização pontual. Cabe à gestão criar políticas públicas que incentivem a renovação da frota, capacitem os motoristas e contribuam com subsídios para a melhoria das condições desses veículos.
Criminalizar motoristas ou limitar a discussão às irregularidades encontradas não beneficia os principais detalhes: os passageiros, que diariamente dependem desse transporte para trabalhar, estudar ou acessar serviços essenciais. Fiscalizar é importante, mas não suficiente. A Prefeitura de Manaus precisa priorizar a criação de um sistema de transporte público que atenda toda a cidade, reduzindo a dependência de soluções improvisadas e oferecendo alternativas que respeitem a dignidade do cidadão que depende do transporte público.
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