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Repatriação

Brasileiros vítimas de tráfico humano voltam ao Brasil em 15 dias

Vítimas foram resgatadas no último final de semana (8 e 9) por uma Organização Não-Governamental (ONG), no leste asiático

Foto: Divulgação

O paulista Luckas Kim, resgatado após ser vítima de tráfico humano em Mianmar, deverá retornar ao Brasil em um prazo de 10 a 15 dias, afirmou a mãe da vítima, Cleide Viana, ao Metrópoles.

Segundo ela, o filho será repatriado após a liberação de alguns documentos, como passaporte e passagens. Ainda de acordo com a mãe, o governo do Brasil afirmou que a regularização deve demorar de 10 a 15 dias.

O Metrópoles procurou o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) sobre a data estipulada. Em nota, o órgão afirmou que prestou assistência aos dois brasileiros liberados e que está tomando as providências necessárias para a repatriação de ambos. Porém, em razão do direito à privacidade, o Itamaraty não fornece informações sobre casos individuais.

Além de Luckas, também era vítima do crime o paulista Phelipe de Moura Ferreira. Ambos foram resgatados no último final de semana (8 e 9) por uma Organização Não-Governamental (ONG), no leste asiático.

Entenda o caso

Luckas já vivia na Ásia — em Bangkok, na Tailândia –, mas foi enganado com falsas promessas de emprego e levado a Mianmar.

Em entrevista ao Metrópoles, a mãe do rapaz, Cleide Viana, contou que ficou sabendo das condições de exploração do filho após uma ligação de cerca de quatro minutos, realizada no dia 27 de outubro.

Segundo a mulher, ele estava “sendo explorado, torturado e forçado a cometer crimes contra a própria vontade”.

Após o contato em outubro, ela afirmou que não recebeu mais notícias e, então, passou a mandar e-mails para a Embaixada de Mianmar, Itamaraty, deputados e até uma carta para o presidente Lula.

Lucas teria ligado para a mãe novamente no dia 8 de dezembro e contou que seus “chefes” exigiram 20 mil dólares (cerca de R$ 122 mil) para liberá-lo. Por isso, ela abriu uma vaquinha online para arrecadar dinheiro e resgatar o filho.

O valor obtido, segundo a mulher, também ajudaria a custear passagens, apoio jurídico, traduções e “até negociações com intermediários”.

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) afirmou, em nota, no dia 17 de dezembro, que acompanhava o caso e que estava em contato com as autoridades competentes, incluindo policiais e familiares de Luckas.

No posicionamento, a pasta disse ainda que, nas semanas anteriores, havia realizado diversas gestões junto ao governo de Mianmar, com vistas a resgatar o paulista, operação que é de competência dos policiais locais, segundo o MRE.

Cleide afirmou, no início de janeiro, que esteve em contato com a embaixada brasileira. O órgão a teria informado estar em negociação com o país asiático.

“Eles falam que é um lugar perigoso e tem que ter cuidado nas negociações para não prejudicar os meninos”, disse.

Em nota enviada na terça (11), o Itamaraty afirmou que tomou conhecimento, com grande satisfação, da liberação dos dois brasileiros vítimas de tráfico de pessoas na fronteira entre Mianmar e Tailândia.

A pasta também afirmou que, por meio de suas Embaixadas em Yangon, no Myanmar, e em Bangkok, na Tailândia, vinha solicitando os esforços das autoridades competentes, desde outubro do ano passado, para a liberação dos nacionais.

“O tema foi também tratado pela Embaixadora Maria Laura da Rocha, na ocasião na qualidade de Ministra substituta, durante a IV Sessão de Consultas Políticas Brasil-Myanmar, realizada em Brasília, em 28 de janeiro último. Em suas gestões, a Embaixadora Maria Laura da Rocha reforçou a necessidade de esforços contínuos para localizá-los e resgatá-los. O setor consular do Itamaraty manteve, ainda, contato permanente com as famílias”, diz a nota

(*) Com informações do Metrópoles

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