A artista plástica Wira Tini apresenta sua primeira exposição internacional em Paris, com a série “Cosmologia Karuaras”, que retrata histórias e crenças do povo Kokama. A mostra, que começou em 6 de fevereiro e segue até 2 de março, conta com curadoria da NAGA Creativo, em parceria com a Aborda, que representa a artista no Brasil.
A trajetória de Wira Tini
Com 22 anos de carreira, Wira tem se dedicado nos últimos cinco anos à expansão internacional de sua arte. Suas obras já foram comercializadas para os Estados Unidos, Colômbia e outros países da América do Norte.
A exposição em Paris traz uma de suas principais obras, “Uni Tsukuri” (Jiboia da Água), uma representação de um ser espiritual das águas, segundo a cosmologia Kokama. Wira utiliza técnicas mistas, combinando pintura acrílica e elementos naturais, como sementes de patuá, açaí e fibra de tucumã, criando conexões simbólicas com a natureza amazônica.
“Todas as telas que estão expostas são importantes para mim porque fazem parte dessa série. É a primeira vez que eu costurei sementes em uma obra de arte minha”, destaca a artista.
Arte indígena e desafios no mercado
Além de divulgar sua arte, Wira busca ampliar a visibilidade da cultura indígena amazônica, ressaltando a luta por reconhecimento e direitos dos povos originários.
“O interesse [no mercado internacional] está crescendo, porém os artistas indígenas ainda não ocupam o espaço que deveriam. Já no Brasil, há uma visão limitada de que os indígenas da Amazônia não fazem outros tipos de arte além do artesanato. Há uma dificuldade por não estar no eixo Rio-São Paulo, e a Região Norte não tem essa visibilidade”, afirma.
Atividades em Paris e planos futuros
Como parte da programação, Wira criou um mural representando um menino indígena com pinturas de jenipapo, dentro de uma casa de madeira, remetendo às moradias ribeirinhas e indígenas amazônicas. A obra está exposta na galeria artivista, em Paris 13, um espaço dedicado à street art.
A artista também realizou um ateliê aberto com a marca Posca e participará de uma roda de conversa sobre arte e Amazônia. Ela também participa de um workshop para curadores e colecionadores.
Após a exposição, Wira planeja expandir sua atuação no Brasil e no exterior, fortalecendo a representatividade indígena na arte contemporânea.
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