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Amazônia

MPF firma acordo para combater comércio ilegal de mercúrio na Amazônia

Ministério Público Federal (MPF) firma acordo com B2Brazil para bloquear comércio ilegal de mercúrio usado no garimpo da Amazônia

Área de garimpo ilegal na Amazônia Foto: Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com a B2Brazil, maior plataforma de comércio exterior das Américas, para combater a venda ilegal de mercúrio metálico. Esse metal altamente tóxico é comumente utilizado na mineração ilegal de ouro na Amazônia.

A medida faz parte do Projeto Rede Sem Mercúrio, iniciativa do 2º Ofício da Amazônia Ocidental, que visa impedir grandes empresas de tecnologia e marketplaces de facilitar o comércio clandestino de mercúrio.

Investigações

Investigações realizadas pelo MPF indicaram que a plataforma estava sendo utilizada para a importação ilegal de mercúrio, sem controle sobre o destinatário e sem as autorizações necessárias para a entrada do produto no Brasil.

Com o acordo firmado, a B2Brazil se comprometeu a adotar mecanismos eficazes para bloquear novos anúncios ilegais, incluindo filtros de palavras-chave e a remoção imediata de conteúdos relacionados ao mercúrio.

Multas e controle rigoroso

A B2Brazil se comprometeu a excluir anúncios ilegais dentro de até três dias úteis, sob pena de multa diária de R$ 1.000, com valor máximo de R$ 10.000 por anúncio. Além disso, a empresa fornecerá ao MPF dados sobre os usuários envolvidos na tentativa de comercialização do mercúrio, o que permitirá identificar responsáveis pelo tráfico dessa substância.

Impactos do mercúrio

O mercúrio, embora presente em pequenas quantidades na natureza, é uma substância extremamente tóxica, especialmente para a vida intrauterina e o desenvolvimento infantil. Quando despejado no meio ambiente, o mercúrio contamina rios, peixes e comunidades ribeirinhas. Estudo recente da Fundação Fiocruz apontou que 56% das mulheres e crianças da Terra Indígena Yanomami apresentam níveis elevados dessa substância no organismo.

As atividades de garimpo ilegal, frequentemente associadas ao uso do mercúrio, têm causado danos devastadores ao meio ambiente e à saúde humana, principalmente nas áreas da Amazônia.

Projeto rede sem mercúrio

O Projeto Rede Sem Mercúrio já resultou em compromissos semelhantes com outras plataformas, como Mercado Livre, OLX e Facebook/Instagram. A iniciativa visa desmantelar a cadeia de fornecimento de mercúrio e combater suas fontes, restringindo o acesso do garimpo ilegal a esse metal tóxico, um dos maiores responsáveis pela degradação ambiental na Amazônia.

A ação reforça o compromisso do Ministério Público Federal com a proteção do meio ambiente e a saúde pública na região amazônica, combatendo a comercialização ilegal de mercúrio e buscando soluções para os impactos do garimpo ilegal na saúde dos povos indígenas e nas comunidades ribeirinhas.

(*) Com informações do MPF

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