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Com a palavra

“ZFM essencial para economia e meio ambiente”, afirma George Lins

Em entrevista ao Em Tempo, Dr. George Lins destaca a importância da ZFM para o Amazonas e o Brasil

Foto: Leandro Castro

Nesta entrevista, o deputado Dr. George Lins (União Brasil) destaca a importância da Zona Franca de Manaus (ZFM) como um pilar econômico e ambiental crucial para o Amazonas e o Brasil.

Segundo ele, a ZFM gera milhares de empregos, reduz a dependência do setor público e previne o desmatamento, contribuindo para a preservação da floresta e o cumprimento dos compromissos ambientais do país.

O parlamentar também alerta sobre as constantes ameaças ao modelo, como tentativas de redução de incentivos fiscais, e defende uma atuação firme da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) na sua proteção.

Foto: Leandro Castro

Em Tempo – Qual a importância da Zona Franca de Manaus para o desenvolvimento econômico do Amazonas e para a geração de empregos na capital e no interior do estado?

Dr. George Lins – A Zona Franca de Manaus é a espinha dorsal da economia amazonense, responsável por milhares de empregos diretos e indiretos. Sem esse modelo, teríamos uma dependência econômica ainda maior do setor público e das atividades extrativistas, o que colocaria em risco a preservação da floresta. O Polo Industrial de Manaus gera riquezas não apenas para a capital, mas também para o interior, movimentando a economia e garantindo arrecadação para serviços essenciais.

ET – De que forma o modelo da ZFM tem sido fundamental para a preservação da floresta amazônica e para o cumprimento dos compromissos ambientais do Brasil no cenário internacional?

Dr. George Lins – Sem dúvida, o modelo ZFM demonstra que é possível conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Ao gerar empregos na indústria e oferecer uma alternativa sustentável à economia sem desmatamento, a ZFM ajuda a manter a floresta em pé. Isso reforça os compromissos ambientais do Brasil, de um modo geral, e do Estado do Amazonas, em particular, fortalecendo nossa posição em acordos internacionais e evitando que a Amazônia seja vista como uma área sem controle ambiental.

ET – Como o senhor avalia as constantes ameaças ao modelo ZFM, como tentativas de redução de incentivos fiscais, e quais estratégias a Assembleia Legislativa pode adotar para fortalecer sua defesa?

Dr. George Lins – É sabido que as ameaças ao modelo ZFM são recorrentes e perigosas por parte daqueles que desconhecem sua importância econômica e ambiental. Na nossa visão, a Assembleia Legislativa (Aleam) deve atuar de forma coerente, realista e firme, mobilizando a bancada federal do Amazonas no Congresso Nacional, dialogando com o Governo Federal e mostrando, com dados concretos, que a ZFM não é um privilégio, mas uma necessidade para a manutenção da economia regional e para o equilíbrio ambiental do país, sem contar o fato de o modelo também ajudar no equilíbrio da balança comercial brasileira.

ET – A Zona Franca de Manaus beneficia diretamente outros estados da Amazônia Ocidental. Como esse impacto regional poderia ser ampliado para promover o desenvolvimento sustentável da região?

Dr. George Lins – Acreditamos que o impacto regional pode ser ampliado com o fortalecimento das cadeias produtivas locais e com a interiorização da produção. Precisamos incentivar a industrialização de insumos da biodiversidade amazônica, aproveitando a vocação natural da região. Além disso, políticas públicas que facilitem a logística e a integração econômica dos estados beneficiados pela ZFM são fundamentais para expandir seus efeitos positivos.

ET – Poucas pessoas associam a preservação da Amazônia à produção agropecuária do Sul e do Centro-Oeste. Como a ZFM, ao evitar o desmatamento, contribui para a manutenção dos “rios voadores” que garantem chuvas essenciais para o agronegócio brasileiro?

Dr. George Lins – A Floresta Amazônica regula o regime de chuvas em grande parte do Brasil. A manutenção da floresta é crucial para a continuidade dos chamados “rios voadores”, que transportam umidade para regiões agrícolas do Sul e do Centro-Oeste. Sem a ZFM, o desmatamento avançaria de forma descontrolada, comprometendo essa dinâmica natural e, consequentemente, prejudicando o agronegócio brasileiro. Isso mostra que a Zona Franca não é um benefício apenas para o Amazonas, mas para todo o país. Zona Franca e meio ambiente formam um casamento perfeito, e a ZFM é um pilar econômico do Amazonas e do Brasil.

ET – A Zona Franca de Manaus ainda enfrenta desafios na atração de novas indústrias e na diversificação de sua matriz econômica. Que medidas podem ser adotadas para fortalecer o Polo Industrial e incentivar a inovação e a bioeconomia?

Dr. George Lins – Precisamos modernizar o modelo da ZFM, investindo em inovação, pesquisa e tecnologia para agregar valor aos produtos da biodiversidade amazônica. A bioeconomia tem potencial para gerar empregos qualificados e atrair investimentos sustentáveis. Além disso, é fundamental melhorar a infraestrutura logística e garantir segurança jurídica para que novas indústrias se sintam confiantes em investir na região.

ET – Como o senhor analisa a gestão do atual superintendente da Suframa, Bosco Saraiva?

Dr. George Lins – A gestão do superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, tem se destacado por ações muito importantes tanto no Amazonas quanto nos demais estados abrangidos pela autarquia. Desde sua posse em abril de 2023, Saraiva estabeleceu como prioridades a integração regional, a interiorização das ações da Suframa e a modernização institucional. No Amazonas, sob a liderança de Saraiva, a Zona Franca de Manaus alcançou resultados expressivos. Em 2024, o faturamento chegou a US$ 37,5 bilhões, o equivalente a R$ 204,39 bilhões em moeda nacional, garantindo mais de 100 mil empregos diretos. Esses números refletem o fortalecimento do Polo Industrial de Manaus e a manutenção de empregos, mesmo diante de desafios logísticos e ambientais.

ET – E nos demais estados amazônicos?

Dr. George Lins – Nos estados do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima, a gestão de Bosco Saraiva promoveu a descentralização dos investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Em 2023, 44% das instituições credenciadas para receber recursos da Lei de Informática estavam localizadas fora de Manaus, demonstrando o compromisso com a expansão do conhecimento e o desenvolvimento econômico em toda a região. Além disso, a efetivação da personalidade jurídica do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) em 2023, agora administrado por uma Organização Social, representa um avanço significativo para a pesquisa e inovação na região, potencializando o desenvolvimento de novas matrizes econômicas sustentáveis. A atuação de Bosco Saraiva também foi crucial durante a reforma tributária de 2023. Sua liderança, juntamente com a nossa bancada federal, garantiu a manutenção das vantagens comparativas da ZFM até 2073, proporcionando segurança jurídica para investidores e fortalecendo a economia regional.

ET – Na sua visão, quais são os principais avanços e desafios da Zona Franca de Manaus após 58 anos e quais perspectivas o senhor enxerga para o futuro do modelo?

Dr. George Lins – Os avanços são inegáveis: a ZFM transformou Manaus em um polo industrial altamente competitivo e garantiu a preservação da floresta por décadas. No entanto, os desafios permanecem, especialmente no que diz respeito à diversificação econômica e à defesa contra ataques fiscais. O futuro do modelo depende da nossa capacidade de adaptá-lo às novas realidades globais, incorporando a bioeconomia, tecnologia e sustentabilidade como pilares do desenvolvimento regional.

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