A Polícia Civil de São Paulo está à procura de um assaltante conhecido como “Zorro”, apontado como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e suspeito de chefiar uma quadrilha envolvida em assaltos a fazendas na região de Itapetininga, no interior do estado. A identidade oficial do criminoso permanece em sigilo.
Ontem, a Justiça condenou três integrantes do bando. Edicarlos do Nascimento Júnior e Marcela Aparecida da Conceição Alves receberam uma pena de 67 anos e oito meses e Cleiton Garcia Silva, de oito anos e quatro meses de reclusão.
Segundo a Polícia Civil, por volta das 7h de 14 de janeiro de 2024, um domingo, o trio, liderado por Zorro e outros 10 comparsas, nenhum deles ainda identificado, invadiram a fazenda de uma família tradicional no município de São Miguel Arcanjo.
Zorro, o mascarado – diz a polícia -, planejou a ação e uma semana antes do crime esteve no local dos fatos com Edicarlos e Cleiton para observar a rotina dos funcionários da fazenda. Os ladrões receberam informações sobre o horário que o dono da propriedade e a mulher dele saíam à igreja.
No dia do roubo, a quadrilha, ocupando os veículos fornecidos por Marcela, chegou ao bairro de Pocinhas, em São Miguel Arcanjo, por volta das 4h. Os criminosos aguardaram os administradores da fazenda e os demais funcionários acordarem para o assalto.
Os assaltantes, usando máscaras, dominaram os administradores e funcionários da fazenda. Eles roubaram aparelhos eletroeletrônicos, telefones celulares, notebooks, perfumes, tênis, roupas, joias, uma caminhonete, uma moto, notas de dólares e euros.
As vítimas foram amarradas na cozinha, sofreram ameaças de morte e, sob a mira de armas, ainda tiveram de entregar cartões bancários e fornecer as senhas aos criminosos. O bando fez várias transferências via Pix no valor total de R$ 67.259,78 e depois fugiu.
Bando é de Paraisópolis, na capital
Uma das filhas do dono da fazenda tentou manter contato com o pai, mas não conseguiu falar com ele. Minutos depois ela foi à propriedade e encontrou as vítimas amarradas na cozinha. A Polícia Militar foi acionada e passou a procurar os assaltantes.
Policiais militares receberam a informação de que a caminhonete levada pelos criminosos havia passado pelos municípios paulistas de Salto de Pirapora e Sorocaba e tinha ido em direção a São Roque, onde os agentes de segurança realizaram um cerco e abordaram o veículo. Cleiton foi preso.
Ainda segundo a polícia, Cleiton confessou o crime. O processo contra ele foi desmembrado e o acusado acabou condenado a 45 anos e sete meses pelo roubo e as extorsões. No último dia 9, o juiz Matheus Oliveira Nery Borges o condenou a mais oito anos e quatro meses por organização criminosa.
A Polícia Civil chegou a Edicarlos e Marcela após analisar o telefone celular apreendido com Cleiton. O casal havia feito várias ligações para o comparsa. Os investigadores ainda não conseguiram identificar “Zorro” e os outros assaltantes envolvidos no roubo à fazenda.
Os agentes, no entanto, já sabem que Marcela auxiliou no planejamento do crime e forneceu os veículos para que o bando se deslocasse de Paraisópolis, na zona sul paulistana, reduto de integrantes do PCC, para São Miguel Arcanjo, distante 195 km da capital.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Edicarlos do Nascimento Júnior, Marcela Aparecida da Conceição Alves e Cleiton Garcia Silva. O espaço permanece aberto para manifestações. O texto será atualizado assim que houver um posicionamento dos defensores deles.
(*) Com informações do UOL
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